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Quinta, 20 Novembro 2014 21:58

Novo método anticoncepcional que custa apenas um dólar

O novo anticoncepcional fácil de usar estará disponível para mulheres de países mais pobres por apenas US$ 1.

Um acordo fechado recentemente vai disponibilizar para mulheres dos 69 países mais pobres do mundo injecções de anticoncepcionais que custam apenas US$ 1 (cerca de 100 Kwanzas)  O dispositivo é chamado de injecção mas não se encaixa totalmente nesta categoria. Possui uma pequena agulha, e não a tradicional seringa, e é de fácil aplicação.

O acordo para disponibilizar este método contraceptivo em tantos países foi fechado pela Fundação Gates (do fundador da Microsoft, Bill Gates), a companhia farmacêutica Pfizer e a Fundação Para Investimento na Infância. O dispositivo já foi usado para combater a hepatite B na Indonésia. E Burkina Faso foi o primeiro país a usar a injecção como método anticoncepcional.

O novo anticoncepcional foi baptizado de Sayana Press e uma das pacientes a provar o dispositivo em Burkina Faso foi Soré Neimatou, de 20 anos, numa clínica da capital, Ouagadougou. "Tenho um namorado, mas não quero engravidar. Primeiro, quero casar", disse. Neimatou nunca tinha usado anticoncepcionais antes e, ao ser apresentada com várias opções, acabou escolhendo este novo método.

Uma das vantagens do dispositivo é que ele já vem pronto para ser usado e não precisa ser preparado numa seringa. O remédio pode ser injectado de forma simples, basta apertar uma válvula. Com uma dose, uma jovem como Neimatou ficará protegida durante três meses.

O anticoncepcional usa um dispositivo de aplicação chamado Uniject e, por isso, não há risco de uma dose mal aplicada. Como não é possível usar mais de uma vez, também não há o risco de infecção ao compartilhar agulhas. A simplicidade do dispositivo também é um aliado para enfermeiras e profissionais de saúde, pois o treinamento para a aplicação em pacientes é mais rápido.

Kadidia Diallo, uma das parteiras que lida directamente com jovens como Neimatou, afirma que o Sayana têm mais chances de ser aceito por adolescentes de zonas rurais. "Normalmente, com a seringa teríamos que aplicar na nádega, ou no alto da perna, mas com este, você aplica no braço", disse.

"Isto é uma vantagem para mulheres que vivem no interior. Muitas mulheres não vêm para receber injecções se tiverem que levantar os vestidos, mas este (método) é mais discreto", acrescentou.

Nos primeiros testes as mulheres participantes relataram menos dor no local onde o anticoncepcional foi aplicado, em comparação com as injecções tradicionais. Rahimata Tiendrébéogo, de 18 anos, usou o Sayana. Ela quer ir para a universidade para estudar inglês e conta que já viu muitas das suas amigas ficarem grávidas, principalmente as mais pobres.

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