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Terça, 06 Julho 2021 15:26

Governo entrega certidões de óbito a órfãos e familiares de quatro dirigentes da UNITA mortos em 1992

O Governo angolano entregou hoje os certificados de óbito de quatro dirigentes da UNITA, maior partido da oposição em Angola, mortos durante os confrontos militares em Luanda, em 1992.

Os documentos foram hoje entregues pelo grupo técnico científico da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos ocorridos entre 1975, ano da independência, e 2002, data do fim da guerra em Angola.

Trata-se de Jeremias Chitunda, vice-presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Elias Salupeto Pena, representante do partido na Comissão Conjunta Político-Militar para o Processo de Paz, de Alicerces Mango, secretário-geral do partido, e de Eliseu Chimbili, chefe dos serviços administrativos da organização política, mortos nos confrontos militares registados em Luanda, na sequência dos resultados eleitorais de 1992.

O processo de emissão de certidões de óbito teve início no mês de maio passado e até à presente data foram já recebidos mais de 1.300 pedidos de certificados de óbito, segundo informou o porta-voz do processo, Israel Nambi, em declarações à rádio pública angolana.

O responsável frisou que a comissão está a trabalhar nestes processos, tendo já produzido mais de 400 certificados e entregado aos familiares mais de 250 certidões de óbitos, sendo o passo seguinte a entrega dos restos mortais às famílias.

Em maio, o Presidente angolano, João Lourenço, fez um pedido de desculpas públicas a todas as vítimas e familiares de pessoas que perderam a vida entre 1975 e 2002, período em que Angola enfrentou um conflito armado.

Familiares reconhecem o gesto

Em declarações à imprensa, Esteves Isaac Pena, irmão de Salupeto Pena, reconhece o gesto do Executivo, adiantando que o mesmo contribui para o processo de reconciliação nacional.

“Para nós, é uma atitude positiva e temos que aceitar a realidade dos factos, aliás, todo o indivíduo que pensa na paz deve ter esta atitude”, salientou.

Por seu lado, Marta Chimbili, filha de Eliseu Chimbili, considerou que o gesto do Executivo angolano permite reaproximar os cidadãos e fortalece o processo de reconciliação nacional.

“É uma mistura de emoções, é indiscritivel, mas de todas as maneiras positivo. É uma forma das pessoas se aproximarem, esquecerem as mágoas, nos olharmos com outros olhos e também contribui para o acalmar das almas”, referiu.

Por seu turno, Ali Mango, filho de Mango Alicerces, salientou que a família aguarda pelos resultados dos exames de DNA para receber os restos mortais e realizar o funeral.

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