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Terça, 08 Setembro 2015 13:31

Presidente de Moçambique diz que "ainda há moçambicanos que querem enriquecer com falta de paz"

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, lamentou hoje a existência de "moçambicanos que pretendem viver e enriquecer com a falta de paz" e que, "por isso, tudo fazem para que ela esteja ausente".

"Ainda há moçambicanos que não perceberam que só unidos seremos o Moçambique que somos e queremos ser. Há a quem ainda hoje tenha de ser explicado o significado e alcance profundo dos limites nacionais", declarou Filipe Nyusi em Tete, no discurso das cerimónias centrais alusivas aos 41 anos dos Acordos de Lusaca, que conduziram, a 07 de setembro de 1974, o país para a independência.

"Há moçambicanos que ainda não entenderam o segredo atrás do qual estava a força que levou à libertação do pais, a unidade que fez convergir a Tete cidadãos de todos os pontos do nosso pais e que fizeram com que as forças coloniais fossem reduzidas à sua ilegitimidade", afirmou o chefe de Estado.

Moçambique vive momentos de incerteza política provocada pela recusa do partido da oposição Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), em reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e da sua exigência em governar nas seis províncias onde reclama vitória, num modelo de autarquias provinciais já rejeitado no parlamento pela maioria da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaça tomar o poder à força nas províncias de Tete, Manica, Sofala, Nampula, Zambézia e Niassa, ao mesmo tempo que recusou um convite do chefe de Estado para discutir a situação política e militar no país, alegando que o Governo tem de respeitar integralmente os acordos de paz já existentes.

Paralelamente, a Renamo abandonou o processo de diálogo de longo-prazo com o Governo, em Maputo, sem que o seu principal objetivo, desmilitarização do partido de oposição, tenha sido alcançado.

Na semana passada, a Renamo anunciou a ativação de um quartel na Zambézia, centro do país, e hoje Dhlakama disse, num comício nesta província, que o seu partido vai criar nas próximas semanas a sua própria polícia.

Dhlakama falava numa cerimónia paralela em Milange, também alusiva aos Acordos de Lusaca, entre o Governo português e a Frelimo, e que há 41 anos terminou a guerra colonial e criou um governo de transição até à independência de Moçambique, alcançada a 25 de junho de 1975.

LUSA

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