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Quinta, 04 Abril 2024 17:06

Presidente demissionária do parlamento considera “inseguras” prisões na África do Sul

A presidente demissionária do parlamento e antiga ministra dos Serviços Prisionais da África do Sul, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, considerou “inseguras” e em “terrível estado” as prisões do país africano ao comparecer hoje em tribunal por corrupção pública.

Mapisa-Nqakula foi hoje formalmente acusada de corrupção e lavagem de dinheiro num caso de corrupção pública na ordem de 4,5 milhões de rands (222 mil euros), no Tribunal de Magistrados de Pretória, onde compareceu para um pedido formal de fiança para aguardar julgamento em liberdade.

Referindo-se ao “terrível estado das prisões da África do Sul”, Mapisa-Nqakula considerou que os estabelecimentos prisionais no país africano são “inseguros, carecem de cuidados médicos adequados, são dominados pelo crime e incapazes de qualquer forma de reabilitação”.

Mapisa-Nqakula, de 67 anos, membro do comité central do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994, desempenhou o cargo de ministra dos Serviços Correcionais entre 2009 e 2012, na sequência da nomeação do ex-Presidente Jacob Zuma, eleito em abril de 2009.

“As prisões sul-africanas estão dramaticamente sobrelotadas”, salientou na sua declaração de pedido de fiança, acrescentando que o sistema está “repleto” de “gangues”.

Na ótica de Mapisa-Nqakula, a agressão por parte de presidiários, bem como de agentes dos Serviços Correcionais, “é uma ameaça constante”, sublinhando que “as prisões sul-africanas não têm instalações disponíveis para garantir" a sua segurança.

Mapisa-Nqkula deu como exemplo o tratamento do ex-Presidente Jacob Zuma num hospital privado quando esteve preso por desacato à justiça, considerando que demonstra que as prisões têm cuidados médicos “inadequados”.

A presidente demissionária do parlamento da África do Sul vai aguardar julgamento em liberdade mediante o pagamento de 50.000 rands (2.463 euros) de caução, não estando autorizada a sair do país, decidiu o tribunal.

Segundo a imprensa local, o marido de Nosiviwe, Charles Nqakula, de 82 anos, esteve presente no tribunal.

O ex-embaixador da África do Sul em Moçambique - nomeado em 2012 pelo ex-Presidente Jacob Zuma -, foi ministro da Defesa entre 2008 e 2009, sendo político do Partido Comunista da África do Sul e do Congresso Nacional Africano (ANC).

Nos anos 1980, foi incorporado no braço armado Umkontho we Siswe (MK) do ANC, em Angola, antes de receber formação militar em ações de guerrilha nas antigas União Soviética e Alemanha de Leste, segundo o Governo sul-africano.

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