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Sexta, 17 Outubro 2014 22:08

Renamo denuncia erro informático que transfere votos para Nyusi

A Renamo denunciou hoje que o apuramento dos votos foi interrompido em Nicoadala, na província da Zambézia, centro de Moçambique, após um alegado erro informático alterar a ordem dos candidatos, dando vantagem a Filipe Nyusi, da Frelimo.

Em declarações à Lusa, o delegado de candidatura da Renamo afeto a Nicoadala, o deputado Luís Gouveia, imputou a responsabilidade ao técnico de informática que, no intervalo para o almoço, alterou a ordem do sistema do posicionamento dos candidatos.

"Quando regressámos, começámos a lançar os dados, mas os votos que eram do presidente Afonso Dhlakama começaram a ir para Filipe Nyusi (da Frelimo)", disse Luís Gouveia.

O responsável assinalou que a troca de ordem, por razões informáticas, implicou a alteração do posicionamento na contagem provisória dos votos, que "antes era favorável ao candidato da Renamo".

Luís Gouveia assegurou que já fez chegar o caso aos órgãos eleitorais ao nível daquele distrito da província da Zambézia.

Contactado pela Lusa, o porta-voz do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Lucas José, disse desconhecer a situação, mas assegurou que "tudo está a correr bem", após estabelecer contactos com o órgão eleitoral do distrito.

Em declarações à Lusa, o diretor do STAE em Nicoadala, Magalhães Manuel, afirmou que não se tratou de erro informático, mas de uma alteração da ordem dos nomes dos candidatos durante o resumo que se faz no ato de processamento dos votos.

"Depois de lançarmos os dados nós resumimos, enquanto esperamos outros editais para sabermos quantas mesas processamos", explicou Magalhães Manuel, assinalando que "tudo está a correr perfeitamente".

A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, apontou o alegado enchimento de urnas, desaparecimento de cadernos eleitorais, não abertura de urnas e intimidação de eleitores como supostos ilícitos que levaram o movimento a não aceitar uma eventual derrota.

Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados na quarta-feira para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.

No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.

Europa sugere que Renamo cumpra a lei e mostre provas de fraude nas eleições

A chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-UE) em Moçambique sugeriu hoje que a Renamo cumpra a lei e apresente queixas de alegadas irregularidades eleitorais, considerando que a votação "foi ordeira após uma campanha desequilibrada".

"As leis deste país preveem que os partidos possam fazer as suas queixas e mostrar as suas provas", afirmou hoje em Maputo, em conferência de imprensa, Judith Sargentini, chefe da MOE-UE, quando questionada sobre a declaração na quinta-feira da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, maior partido de oposição) de que não vai reconhecer a votação nas eleições gerais, alegando a ocorrência fraudes.

Judith Sargentini disse que os ilícitos testemunhados pela sua equipa de mais de cem observadores não justifica a anulação as eleições, mas lembrou que em Moçambique as leis preveem que os partidos apresentem as suas queixas, incluindo a exigência de nova votação: "Faz parte de uma boa democracia e seria interessante ver como as instituições em Moçambique iriam processar esse pedido".

LUSA

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