O partido realizou hoje o seu congresso fundacional, com a presença de 106 delegados, que aprovaram os estatutos e o programa, segundo a agência noticiosa Interfax.
O Rússia contra a Corrupção reúne para já delegados em 53 das 85 regiões russas, condição essencial para participar nas eleições que dão acesso à Duma ou Câmara Baixa do Parlamento russo, que se realizarão em setembro de 2021.
Em meados de novembro, o Supremo Tribunal Federal, a pedido do Ministério da Justiça, colocou um fim ao partido Povo Contra a Corrupção, formação política fundada em 2013 pelo sobrinho de Putin, mas que quase não tinha realizado qualquer atividade política.
O líder desse partido desde junho passado era Roman Putin, que na época era agente do Serviço de Segurança Federal (FSB, ex-KGB), que era chefiado pelo atual Presidente antes de Vladimir Putin chegar ao Kremlin (1999).
Em março, o sobrinho de Putin anunciou os seus planos de entrar na política e candidatar-se a um lugar na Duma, para apoiar a política do Kremlin.
“O nosso país precisa de um líder forte, especialmente quando estamos no meio de uma crise global. Não há alternativa a Vladimir Putin. Não vai ser (o líder da oposição, Alexei) Navalni”, disse Roman Putin, numa entrevista ao jornal Kommersant, em março deste ano.
Roman Putin, que também serviu como conselheiro de segurança do presidente da Câmara da histórica cidade de Ryazan, é filho de Igor Putin, primo do Presidente russo.
Desde que deixou o FSB, Roman tem prestado consultoria a governadores e grandes grupos financeiros e industriais.
Nos últimos meses, o Kremlin patrocinou a criação de vários partidos políticos, numa estratégia de tentar impedir a entrada na Duma da oposição extraparlamentar liderada por Alexei Navalni - o político ainda convalescente na Alemanha depois de ter sido envenenado com o agente tóxico de fabricação russa Novichok.
Os partidos oposicionistas que não têm assento parlamentar incluem o Pela Verdade, do escritor Zajár Prilepin, e o Pessoas Novas, de Alexei Nechaev.
O Kremlin procura angariar apoio entre os mais jovens - o eleitorado que serve de base para os movimentos de protesto liderados por Navalni – junto dos quais Putin tem vindo a ganhar força nos últimos meses, de acordo com as mais recentes sondagens