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Domingo, 30 Junho 2019 10:15

"É um grande dia". Trump pisa a Coreia do Norte e convida Kim a ir aos EUA

Este foi o terceiro encontro entre Trump e Kim Jong-un, o primeiro na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias.

Donald Trump tornou-se este domingo no primeiro Presidente dos Estados Unidos a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de cumprimentar o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Este foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países.

"É um grande dia para o mundo", disse Donald Trump depois de ter cumprimentado King Jong-un, cerca das 15:50 locais (07:50 em Lisboa). "Este foi um momento especial, acho mesmo que foi - como disse o presidente [sul-coreano Moon Jae-in] um momento histórico, o facto de nos estarmos a encontrar", afirmou Trump. Segundo o presidente americano, ele e Kim desenvolveram "uma excelente relação" e admitiu que recuando dois anos e meio tal seria impensável. "Era uma situação muito, muito má, uma situação muito perigosa para a Coreia do Sul, para a Coreia do Norte, para o mundo".

Trump e Kim encontraram-se na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias desde o fim da guerra de 1950-53. Os dois líderes apertaram as mãos junto à linha de demarcação que Trump atravessou para se tornar no primeiro presidente dos EUA a pisar solo norte-coreano. Deram juntos cerca de dez passos na Coreia do Norte, antes de regressarem e voltarem para a Coreia do Sul, onde se reuniram, tendo falado aos jornalistas antes do encontro.

O líder norte-coreano afirmou que espera "ultrapassar as barreiras" graças às ligações com Donald Trump.

O encontro não será suficiente para solucionar o delicado 'dossiê' nuclear norte-coreano, mas é simbólico para os dois países, que antes se ameaçavam de aniquilação mutuamente.

Este encontro, que ocorreu na vila de Panmunjon, onde foi assinado o armistício (entre as duas coreias) de 1953, "significa que queremos pôr termo a um passado infeliz e tentar criar um novo futuro", afirmou ainda o Presidente norte-americano antes de uma reunião privada com o homólogo norte-coreano.

Donald Trump disse que vai convidar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, a visitar Washington.

"Vou convidá-lo agora mesmo à Casa Branca", afirmou Trump, depois de se encontrar com Kim na fronteira entre as coreias e momentos antes de ambos iniciarem uma reunião privada junto da linha divisória e da zona desmilitarizada (DMZ).

De inimigos a amigos

A química entre Trump e Kim parece agora inegável, mas a relação entre os dois esteve longe de ser sempre amigável. O ano de 2017 ficou marcado por uma escalada de tensão entre EUA e Coreia do Norte, com esta última a testar uma série de mísseis balísticos, garantindo que os mais potentes têm capacidade para atingir território americano, inclusive cidades como Boston ou Nova Iorque, na costa leste.

Perante o sexto ensaio nuclear dos norte-coreanos, Trump subiu o tom, não hesitando mesmo em falar no botão nuclear. Enquanto Trump e Kim iam trocando insultos - "velho senil", disse o norte-coreano, "homem foguete", respondeu o americano -, o presidente da Coreia do Sul. Moon Jae-in ia tentando mediar a situação, impedindo que os receios de uma guerra se concretizassem.

Os primeiros resultados surgiram no discurso de ano novo de Kim, em janeiro de 2018, quando o líder norte-coreano estendeu a mão a Trump. A participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, há um ano e meio, foi um dos momentos de uma aproximação que culminaria com a cimeira entre Trump e Kim em junho de 2018.

Nuclear e paz

Na cimeira de junho de 2018, Trump e Kim acordaram trabalhar para a desnuclearização da península coreana e para pôr um fim formal à guerra entre as duas Coreias. O conflito entre Norte e Sul, que durou de 1950 a 1953, terminou com a assinatura de um armistício mas sem um acordo de paz.

Os dois voltaram a reunir-se em fevereiro, em Hanói, no Vietname. Mas a cimeira terminou sem qualquer acordo sobre o nuclear.

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