Entre as queixas que têm chegado à imprensa e à polícia, acusada de não fazer nada para prevenir ou reprimir, estão o consumo de drogas livremente na via pública e até actos sexuais no meio da rua.
Os excessos, que ocorrem um pouco por toda a imensa capital paulista, parecem ter dimensão muito maior na Vila Madalena, na zona oeste, um antigo bairro residencial pacato e bucólico que nos últimos anos se transformou no centro da vida boémia de locais endinheirados e turistas estrangeiros.
Os moradores queixam-se de ter de ficar trancados dia e noite em suas casas durante os dias de folia, por nas suas portas estarem jovens a consumir droga, a beber até ficarem embriagados ou a fazerem todo o tipo de sexo, deitados no passeio ou sentados nos degraus, e que ficam irritados e até violentos quando são chamados à atenção.
Descoberta pelos boémios e turistas em 2014, durante o Mundial de futebol, a Vila Madalena tornou-se o sítio da moda durante o Carnaval do ano passado, a ponto de não ter estrutura para receber mais pessoas. Chega a receber num dia 50, 60, até mesmo 100 mil foliões.
Este ano, para tentar evitar os transtornos, a Câmara Municipal criou um quadrilátero de ruas fechadas com grades para desfile dos blocos e determinou que estes só podem desfilar até às 20h00 e que os bares só podem funcionar até à 01h00, mas nada resultou.
Após o fim dos desfiles, normalmente bem depois do horário estipulado, a multidão de foliões continua nas ruas, dentro e fora do quadrilátero, bebendo, cantando, misturando em muitos casos álcool e droga e, sem a música dos camiões de som, a animação fica por conta de aparelhagens de bares e de carros parados nas esquinas com o rádio no máximo.
Com o avançar da madrugada e do consumo de bebida e drogas, as brigas aumentam e generalizam-se. A polícia, que até então assistiu indiferente a tudo, carrega com violência sobre os grupos, que deixam pelas ruas um mar de lixo, garrafas e copos partidos e muitos, muitos preservativos usados.
CM