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Sexta, 07 Agosto 2020 21:04

Grupo Shoprite encerra dois supermercados em Luanda

A rede de supermercados Shoprite Angola encerrou, a 31 de Julho, dois mini-supermercados no Zango e na Mulemba, em Luanda.

A cadeia já tinha encerrado anteriormente outro supermercado em Cacuaco e em Calemba, também na capital.

Segundo apurou o VE, não se trata de “desinvestimento” ou “falta de confiança”, mas apenas que o “conceito de mini supermercados já não se adequam à “actual conjuntura e financeira” do país, sendo considerada uma mudança de estratégia do grupo.

O processo não é novo. Nos últimos três anos, a cadeia encerrou as filiais na Bela Vista, no Lobito, na Matala, Huila, e no Porto Amboim, Kwanza-Sul.

O VE apurou ainda que a Shoprite pretende inaugurar brevemente dois supermercados já construídos em Cabinda e Luena, Moxico, assim que a cerca sanitária for levantada.

Ao contrário de Angola, a Shoprite anunciou ontem que vai fechar as portas na Nigéria, o país africano com o maior número de consumidores do continente.

E um incêndio de médias proporções deflagrou na tarde desta sexta-feira, no interior do supermercado Shoprite, município de Cacuaco, província de Luanda. O fogo, iniciado por volta das 12h00, consumiu duas naves da empresa Ok Imobiliária, instalada dentro do supermercado.

As razões do sinistro ainda são desconhecidas, embora trabalhadores da empresa falem de um suposto curto-circuito. O fogo só foi controlado depois de duas horas, por 30 efectivos dos bombeiros, afectos aos quartéis de Cacuaco, do KM 25 e Cazenga.

Conforme a direcção da OK Imobiliária, houve avultados danos, mas estão assegurados os postos de trabalho. Em declarações à Rádio Nacional de Angola, Salomão Francisco, gerente da empresa, lamentou o sinistro e disse que tudo será feito para superar as perdas.

Já Feliciano da Costa, director regional da Shoprite, adiantou que os 80 funcionários da empresa serão transferidos para outros postos, descartando qualquer despedimento.

A saida de Shoprite na Nigéria

O grupo retalhista sul-africano Shoprite anunciou que vai encerrar as suas operações na Nigéria após reportar uma queda de 1,4% no rendimento global anual dos seus supermercados no continente africano.

A multinacional retalhista, que entrou no mercado nigeriano em 2005, disse que os resultados financeiros reportados não refletem as operações na Nigéria, uma vez que será classificada como "operação descontinuada".

O grupo indicou que "os supermercados 'não-RSA' [República da África do Sul] (excluindo a Nigéria), que contribuem com 11,6% para as vendas do grupo, registaram um declínio nas vendas de 1,4% no ano", segundo a informação ao mercado relativa ao período de 52 semanas até 28 de junho, a que a Lusa teve acesso.

"O crescimento constante de 6,3% nas vendas a dinheiro no segundo semestre teve um impacto significativo das restrições de confinamento em todos os 14 países africanos onde operamos", adiantou o grupo.

O Shoprite referiu que as restrições de confinamento referentes ao encerramento de lojas, distanciamento social, restrições de transporte, movimento de pessoas, horário de retalho, limitações na força de trabalho e no comércio de álcool "tiveram impacto em várias regiões em graus diferentes e em momentos diferentes".

Analistas de mercado sul-africanos acreditam que as operações do grupo em países africanos lusófonos, nomeadamente em Angola, poderão também vir a ser descontinuadas para reforçar os negócios do grupo na África do Sul.

Todavia, questionado pela Lusa nesse sentido, o grupo sul-africano, com sede na Cidade do Cabo, escusou-se a comentar o futuro das operações comerciais em Angola e Moçambique, tendo em conta os resultados financeiros globais em análise.

"Estamos em período encerrado e, portanto, não estamos em posição de comentar, além de remeter para as informações divulgadas publicamente na Atualização Operacional do Grupo Shoprite, ontem, 03 de agosto de 2020", disse à Lusa o grupo de retalho sul-africano.

Na África do Sul, o Grupo reportou um crescimento anual de 8,7% (incluindo bebidas alcoólicas) sustentado por um "forte segundo semestre" em que as vendas cresceram 7,5%.

"Como resultado do confinamento, as visitas de clientes decresceram 7,4% no ano, no entanto, o gasto médio em compras aumentou 18,4%", referiu o grupo de retalho sul-africano, indicando ainda um crescimento de volume anual de 2,3%. C/VE

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