Ao que o JN apurou, tratou-se de uma visita-relâmpago a Portugal para conceder "plenos poderes" a representantes legais. Fontes próximas dos negócios que envolvem a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos garantiram que dificilmente voltará a ser vista por cá nos próximos tempos, até pela possibilidade de em breve vir a ser emitido contra si um mandado de captura internacional por parte de Angola e de haver acordo de extradição entre os dois países.
A empresária - sobre quem recaem suspeitas de ter desviado 115 milhões de euros da Sonangol para o Dubai - saiu de Portugal durante a estadia em Lisboa do procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, que veio pedir ajuda às autoridades nacionais. A empresária angolana rumou ao Reino Unido, num voo da TAP, precisamente à mesma hora em que decorria o encontro entre Pitta Grós e Lucília Gago, procuradora-geral da República (PGR) portuguesa.
Com um passaporte angolano e não com o russo - que também tem -, Isabel José dos Santos entrou em Lisboa anteontem, em plena convulsão do caso "Luanda Leaks" - que lhe aponta a participação em 155 sociedades portuguesas -, apurou o JN junto de várias fontes aeroportuárias e outras autoridades. Nesse mesmo dia, foi constituída arguida pela justiça angolana, por alegada má gestão e desvio de fundos da petrolífera Sonangol.
Acabou por abandonar o país ontem à tarde, em classe executiva, no voo TAP 1364, com destino ao Aeroporto de Heathrow, em Londres, onde aterrou já perto das 19 horas. A partida esteve agendada para as 16.05 horas, mas o voo sofreu um atraso de 20 minutos. A aeronave levantou no preciso momento em que Pitta Grós e Lucília Gago terminavam uma reunião de quase hora e meia, na sede da PGR, em Lisboa, sem declarações no final. JN