Segundo a edição "online" do jornal estatal angolano, o incidente ocorreu terça-feira na comunidade de Sacandjindji, no bairro Candembe, acontecimento que chocou a localidade dos arredores de Saurimo, capital da Lunda Sul.
As vítimas, todas menores, com idades entre os quatro e 13 anos, são filhas das irmãs da mulher do suposto assassino, relata o jornal.
Anabela Yuma e Maria Gouveia, mães das crianças, disseram ao Jornal de Angola que o presumível homicida atraiu as menores para o interior da sua casa, sob pretexto de lavarem a roupa, "como era costume".
"Frio e determinado, o homicida foi golpeando com um martelo as crianças, uma a uma, à medida que iam entrando para o quarto onde ocorreram as mortes, em obediência à chamada, tendo atingido diretamente nas cabeças e estas conhecendo morte imediata", lê-se no texto da notícia.
Após a matança, prossegue o Jornal de Angola, o homem colocou os cadáveres das quatro crianças no interior de um de tambor vazio totalmente enferrujado e fugiu, tendo trancado a porta do quarto.
A vizinhança foi alertada pelo facto de ver jorrar sangue a partir do interior da casa, o que despertou a atenção, tendo, de imediato, comunicado a situação à Polícia Nacional angolana.
Fonte do Serviço de Investigação Criminal (SIC) confirmou a detenção do suspeito 72 horas depois do quadruplo assassínio, localizado na regedoria de Nanguanza, no bairro Cambandala, a cerca de 25 quilómetros de Saurimo, nas proximidades do rio Catximue.
Após o suspeito ter escapado ao cerco montado numa das regedorias, a Polícia Nacional obteve a colaboração de "sobas" e regedores da região, que foram informados sobre as características físicas do foragido.
A Polícia Nacional vai agora efetuar a reconstituição dos crimes e proceder à entrega do suspeito aos órgãos de Justiça locais para o competente julgamento.
Ana Fonhi Dala, mulher do suspeito, disse ao Jornal de Angola que o ato aparentemente protagonizado pelo homem com quem viveu durante 15 anos é a consumação de várias promessas e ameaças feitas há vários anos, em reação aos insultos e à estigmatização de que era alvo na comunidade.
Segundo relato de testemunhas, o homicida não tinha filhos e os insultos que supostamente recebia da parte das mães das menores, bem como de outros membros da comunidade, estavam relacionados com a estigma e discriminação devido ao seu estado de infertilidade.
Natural do Moxico (sudeste de Angola), o cidadão é tem antecedentes, segundo as testemunhas.