Domingos Oliveira e os seus companheiros estavam a deslocar-se ao encontro dos militantes do Galo Negro na comuna de Loremo, quando se depararam com barricadas à entrada da comuna. Enquanto imobilizavam a caravana começou a cair chuva de pedras, paus e ferros arremessados por militantes do MPLA. Uma das barricadas estava montada no bairro Gika, a escassos metros da unidade policial.
Na sua reacção, os militantes da UNITA capturaram um dos membros do partido no poder participes da confusão, que foi entregue às autoridades.
Segundo o secretário provincial do maior partido na oposição, o administrador comunal terá permitido a chegada do seu partido em Luremo, depois de uma conversa mantida com o referido responsável.
“Trabalhamos na sede do município, agora estávamos no Cafunfo. A nossa intenção era visitar a comuna do Luremo. Nesta comuna do Luremo, por causa de uma intolerância instigada pelas autoridades, nunca aceitaram que a UNITA se instalasse lá. Nós propusemos esta questão a administração ontem, conversamos com o senhor administrador comunal, que permitiu que nós chegássemos hoje a comuna do Luremo. Hoje de manhã, numa caravana composta de dez carros, partimos para o Luremo. À chegada ao Luremo encontramos uma barricada forte, com militantes do MPLA que começaram a arremessar pedras para a nossa caravana. A nossa caravana parou e os quadros integrantes da caravana conseguiram capturar um dos assaltantes. De regresso para Cafunfo no bairro Gica, onde funciona a segunda esquadra policial montaram outra barricada porque, é um bairro maioritariamente composto por membros da etnia Bangala que apoia o MPLA.
Dados preliminares indicam que as autoridades locais que de um lado encorajaram a delegação da UNITA a efectuar visita, estão por detrás de mais esse acto de intolerância política que deve ser punido pelo Presidente da República que acaba sendo desautorizado.
O segundo secretário municipal do Kuango do MPLA, o Comandante municipal da polícia e o comandante do contingente das FAA localizado na região estiveram este domingo na comuna do Loremo a organizar a acção de que foram vitima o secretário provincial da UNITA e seus partidários.
Segundo Domingos Oliveira, há registo de 20 feridos de entre os quais 3 graves e danos materiais causados às viaturas da UNITA.
O dirigente político da UNITA diz que a intolerância política vem dos dirigentes do MPLA.
“Ora, muito bem, se no Luremo não permitem que a UNITA esteja lá, como é que nos vêm dizer em Angola não há intolerância política. A intolerância política muitas das vezes é instigada pelas próprias entidades administrativas afectas ao MPLA, contra os militantes de outros partidos. É este problema que se vive no Cafunfo hoje, e agora estamos a aguardar que se investigue, para encontrarmos o porquê dessa reacção tão contundente para uma organização democrática que Angola conhece”, declarou o responsável do Galo Negro na região diamantífera do Cafunfo, província da Lunda-Norte.