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Segunda, 02 Dezembro 2019 14:10

Ministro da Justiça admite alto índice de tráfico de drogas no pais

O ministro da Justiça e Direitos Humanos, Francisco Queiroz, admitiu nesta segunda-feira, em Luanda, que os níveis de tráfico de drogas no país são altos.

Em declarações à imprensa, durante a abertura do workshop sobre a “Implementação das Convenções das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC)”, o governante defendeu, por isso, uma cooperação internacional mais eficiente para combater o tráfico.

“Se não estivermos preparados, com a cooperação internacional, não conseguiremos”, realçou o ministro, adiantando, sem apresentar estatística, que os níveis são altos em comparação com os anos anteriores.

Francisco Queiroz ressalvou, no entanto, que Angola está abaixo de outros estados da região em que está inserida.

Segundo o responsável, os criminosos aproveitam a vantagem de Angola ser uma “placa giratória” da região e a vulnerabilidade das fronteiras marítima e terrestre (numa extensão de mais de 2500 km2) para traficar drogas pesadas, como a cocaína e a cannabis (liamba).

“Estamos a falar de terrorismo, da transferência ilícita de capitais e de órgãos de seres humanos”, apontou, reiterando a necessidade de haver uma cooperação internacional específica para cada manifestação criminosa.

Igual posição foi defendida pelo coordenador residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Paollo Balladelli, para quem é importante a abordagem do tema, por estar relacionado à estabilidade do Estado de Direito e Democrático.

Com essa medida, acrescentou, poderá diminuir-se os fluxos financeiros ilícitos, as armas ilegais e permitir a recuperação de activos roubados.

Ainda sobre o workshop, o vice-procurador geral da República, Mota Liz, em declarações à Angop, disse tratar-se de mais um passo de aprendizagem para os operadores de justiça conseguirem combater o crime organizado.

Reconheceu a função central da Procuradoria Geral da República (PGR) nesta matéria, uma vez que tem registado “vários casos de tráfico de drogas, com redes internacionais, a criminalidade transnacional, tráfico de pessoas e branqueamento de capitais”.

Os participantes ao workshop, a decorrer até ao dia 6 deste mês, estão a abordar, entre outras, questões como as convenções das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, protocolo para prevenir, suprimir e punir o tráfico de pessoas e protocolo contra a fabricação e o tráfico ilícito de armas de fogo, suas peças, componentes e munições.

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