O economista Domingos Chimuco disse hoje que o banco central angolano deve adotar, a partir desta semana, medidas de política monetária “mais restritivas”, como aumentar a sua taxa de referência e rever a posição cambial dos bancos comerciais.
O Governo angolano está a preparar medidas de curto prazo para atenuar os efeitos dos desequilíbrios cambiais sobre as empresas, disse esta terça-feira o secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos.
É mais um dia em que a moeda nacional prossegue a trajectória de perda face ao euro, apesar de se manter "estável" face ao dólar há cerca de uma semana. 1 dólar custa hoje 832,2 Kwanzas, enquanto 1 euro já vale 905,1 kwanzas, de acordo com a taxa de câmbio média do BNA.
A queda do kwanza, que desvalorizou 60% desde o início do ano, apanhou desprevenidas muitas empresas que operam em Angola e que admitem "congelamento" de investimentos, agravando o desemprego e as condições de vida da população.
A consultora BMI, do grupo Fitch Solutions, reviu hoje em baixa a previsão de crescimento para Angola este ano, antecipando um regresso à recessão, essencialmente devido à desvalorização do kwanza e ao aumento da inflação.
O secretário do Bureau Político do MPLA para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Pedro de Morais Neto, atribuiu a actual crise cambial à falta de "uma política monetária acertada" e da não diversificação da economia.
O Ministério da Economia e Planeamento angolano descartou hoje qualquer recessão económica em consequência da estagnação da economia do país no primeiro trimestre de 2023, devido à queda petrolífera, considerando que "programa estruturantes" devem inverter o curso.