O Ministério comunica ao mercado, em comunicado datado de 07 de março e consultado hoje pela Lusa, que “pretende realizar uma emissão de Títulos do Tesouro Nacional em Moeda Externa, no âmbito da estratégia de fomento do mercado de títulos públicos”.
A operação é aberta a todos os interessados, anuncia, sem adiantar datas nem montantes, especificando aliás que o formato será o de ‘Bookbuilding’, um processo que serve para avaliar junto do mercado o interesse pelos títulos que quem emite quer colocar.
As maturidades serão de sete e dez anos, com vencimentos em outubro e novembro de 2031, e julho e dezembro de 2034, respetivamente, e os títulos a emitir pagarão cupões numa base semestral, detalha-se na nota.
Com esta emissão, o Ministério das Finanças pretende captar “recursos em moeda externa e em moeda nacional”, refere na nota, convidando os interessados a contactar, “para efeitos de subscrição, qualquer instituição financeira habilitada a operar no mercado de valores mobiliários local, nomeadamente, bancos, sociedades distribuidoras e corretoras”.
A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves, disse em entrevista recente à Lusa, que a emissão de novos títulos de dívida em moeda estrangeira dependeria do apetite do mercado para o risco e a visão do país, que considerou ter melhorado.
“Se entendemos que a taxa de juros é incomportável, não vamos. Se sentimos que é uma taxa confortável, vamos”, referiu a ministra, na entrevista à margem das reuniões de ministros de Finanças e governadores de bancos centrais do G20, na cidade brasileira de São Paulo.
“Estamos abertos a participar, dependendo das condições do mercado. Naturalmente não queremos participar a um preço que nos coloca numa situação pior do que a que estamos. Então, o que estamos a fazer é analisar o mercado, analisar o apetite do mercado para o risco Angola”, afirmou Vera Daves numa entrevista exclusiva à Lusa.
Vera Daves lembrou que Angola já voltou ao mercado depois da pandemia, com uma emissão em 2022.