Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta segunda-feira (09) registrando a maior queda diária desde a guerra do Golfo, em janeiro de 1991.
O petróleo vendido em Nova Iorque no West Texas Intermediate (WTI), com entrega para abril, caiu 24,58%, no valor de US$31,13 o barril.
Já o petróleo Brent comercializado na ICE de Londres, para entrega em maio, recuou 24,09%, fechando na cotação de US$34,36 o barril.
Os preços de ambas as referências da commodity renovaram as mínimas de quatro anos, em atenção ao resultado da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados.
Além de não aprofundarem os cortes na produção, os países do grupo chamado Opep + também não estenderam a redução que ainda está vigente.
Para retaliar a opinião divergente da Rússia, a Arábia Saudita decidiu cancelar os cortes em sua produção e comercializar o barril de petróleo com 20% de desconto.
Diante de tantas turbulências, os preços do WTI chegaram a bater em US$27,34 o barril na mínima intradiária, culminando em uma onda de sell-off nas principais Bolsas ao redor do mundo.
Segundo especialistas do Citi, trata-se de um momento que conjuga o período pós 11 de setembro e a crise financeira do biênio 2008-2009.
O avanço do coronavírus vinha sendo um grande obstáculo para o fortalecimento das cotações de óleo bruto, contudo, o impasse com a Opep agravou a situação ainda mais, deslocando os preços para os patamares mínimos.
Isso porque, já havia uma previsão de queda da demanda devido à desaceleração econômica das principais potências durante a guerra comercial EUA-China.
Agora com um cenário consolidado de epidemia do Covid-19 em diversos países e a falta de consenso na Opep, a tendência é que a contração na demanda seja ainda maior.
Opep x Rússia
A desintegração da Opep+, formada pela Opep, a Rússia e outros produtores, acaba com mais de três anos de cooperação entre os países para apoiar o mercado.
A Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, pretende aumentar sua produção para acima de 10 milhões de barris por dia (bpd) em abril com o final do atual acordo para redução de oferta, que expira ao final de março, disseram duas fontes à Reuters no domingo.
Os sauditas têm produzido cerca de 9,7 milhões de barris por dia nos últimos meses. REUTERS