A contracção de 7,4% é a terceira mais pesada em termos trimestrais da série do INE de Angola. A queda só foi maior no terceiro trimestre de 2016 e no último de 2015, quando a economia perdeu 7,6% e 11,3%, respectivamente, do seu valor em termos reais (ou seja, excluindo a inflação).
Por outro lado, a moeda angolana (kwanza) deverá perder 28% do seu valor face ao dólar em 2019, segundo a Bloomberg. Também a inflação deverá crescer 20,5% este ano (depois de 29,8% no anterior).
Depois de ter perdido 2,6% do seu valor em 2016 e mais 0,2% em 2017, a maioria dos economistas ouvidos pela Bloomberg espera que o PIB recupere 1,5% este ano e de 2,4% em 2019. No entanto, o Banco de Fomento Angola (BFA) é menos optimista e prevê que a crise económica se mantenha, estimando uma nova queda, de 4%, este ano.
Também o Fundo Monetário Internacional (FMI), que anteriormente esperava uma recuperação da economia, antecipa agora uma nova contracção, mas de apenas 0,1%. Depois de ter aprovado, na semana passada, o Orçamento do Estado para 2019, o Governo de Angola pode retomar as negociações com o FMI sobre os moldes do programa de financiamento. Em causa está o montante do envelope, que o Governo angolano pretendia que rondasse 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 3,9 mil milhões de euros), a taxa de juro associada e a duração do programa.
A intervenção do FMI vai estar ligada à implementação das reformas do Governo do Presidente João Lourenço e procura diminuir a dependência do petróleo e criar uma maior diversificação fiscal (através da introdução do IVA, prevista para o segundo semestre em 2019). NJ