Angola é um dos 32 países que diminuíram em 50%, ou mais, o seu Índice Global de Fome (IGF) desde 2000, apresentando ainda assim um nível “grave”, de acordo com um relatório anual hoje apresentado.
O problema da pobreza extrema em Angola “vai além da realidade estatística” apresentada pelas autoridades, sobretudo para os que vivem em áreas recônditas, revela um estudo sobre a execução do programa governamental de combate à pobreza.
A fome e o desemprego estão a transformar alguns moradores de Luanda em “caçadores de óbito”, cuja missão é estar à entrada de cemitérios e seguir familiares de falecidos até à residência onde são celebradas as cerimónias para aí se alimentarem.
A pobreza acompanhará os angolanos durante muito tempo, “com perdas sociais anexadas relevantes e inviabilizadoras do vencimento do seu ciclo vicioso”, conclui o Relatório Social de Angola da Universidade Católica angolana.
A componente social do sistema nacional de vida está um caos, quase a completarem-se 50 anos depois do histórico 11 de Novembro de 1975. Como a economia está verdadeiramente encravada, o social ressente-se, explode com a pobreza e rebenta com a miséria.