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Quinta, 31 Dezembro 2015 08:41

Trabalhadores da TCUL em greve geral quer diálogo com patronato

Os trabalhadores da empresa de Transportes Coletivos Urbanos de Luanda (TCUL) estão em greve pelo décimo terceiro dia, devido a nove meses de atraso salarial, reclamação sobre a qual a entidade patronal ainda não se pronunciou.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral adjunto da comissão sindical dos trabalhadores da TCUL, Domingos Epalanga, disse que a greve, com um total de 97 por cento de adesão, envolve um total de 1.900 trabalhadores.

De acordo com o responsável sindical, foi solicitado o diálogo com a entidade patronal, mas até ao momento não houve respostas.

"Aguardamos a todo instante por negociações, pela presença do patronato, para começarmos a negociar, encontrarmos pontos comuns de convergência e fazermos o levantamento da greve e consequentemente retomarmos as atividades, mas a outra parte não está flexível", referiu Domingos Epalanga.

O sindicalista disse que, apesar da paralisação total dos serviços, "não há pronunciamentos de quem de direito - do patronato e do ministro de tutela".

"Ninguém fala nada em relação a este assunto", reforçou.

Segundo Domingos Epalanga, os trabalhadores continuam a sofrer os "efeitos drásticos decorrentes dos nove meses de salários em atraso".

"Os ânimos estão exaltados e tememos, enquanto líderes sindicais, que a situação fuja do nosso controlo, porque se ela fugir do nosso controlo os contornos serão muito grandes, porque estamos a falar de 1.900 trabalhadores", alertou.

Aquele sindicalista apontou casos de mortes entre os trabalhadores este ano, devido à falta de dinheiro para atenderem às mais variadas situações, com destaque para a saúde.

"Muitos encontram-se doentes com diagnósticos firmados e receitas médicas, mas por falta de dinheiro não conseguem adquirir os fármacos para se medicarem. O nosso receio é que venham a morrer mais colegas. Há dois dias enterrámos mais um jovem colega, bom profissional, que se juntou a cerca de duas dezenas de colegas que morreram só este ano e isso preocupa-nos", lamentou.

À greve, que vai se manter até seja resolvido o problema, só não aderiu o pessoal com cargos de chefia, nomeadamente diretores, chefes de departamentos, de setores e de secção.

Domingos Epalanga avançou ainda que "da quantidade de problemas que enfermam a TCUL" destaca-se o atraso salarial, mas sublinhou que a retirada de algumas regalias, como o seguro de saúde, o pagamento de continuidade e pontualidade, são questões que precisam igualmente de ser revistas e resolvidas.

A TCUL constitui para a sociedade angolana o Portal dos Transportes do Ministério dos Transportes, uma mola impulsionadora ao desenvolvimento do país e tem como objetivo prestar um serviço de transporte coletivo de pessoas no mercado urbano de Luanda e interprovincial.

Diariamente, a TCUL garante o transporte a mais de 100.000 passageiros, fazendo jus ao título da maior transportadora do circuito urbano de Luanda.

Lusa

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