De acordo com o mais recente relatório sobre o comportamento da inflação, ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, a variação homóloga dos preços em Luanda situou-se, até novembro, em 13,29%, um aumento de 5,80 pontos percentuais face ao mesmo período de 2014.
O valor acumulado da inflação (últimos doze meses) renovou em novembro máximos dos últimos quatro anos, segundo os dados do INE angolano, enquanto em outubro se tinha cifrado em 12,4%.
Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para metade, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.
Estes dados do INE indicam que, analisando a situação em novembro (com o total de doze meses), voltou a ser ultrapassado, tal como acontece todos os meses desde julho, o intervalo (7 a 9%) para a inflação anual previsto pelo Governo angolano no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, revisto em março precisamente devido à crise petrolífera.
Luanda é ainda a única província angolana com dados a um ano.
O Índice de Preços no Consumidor Nacional - incluindo as restantes 17 províncias - registou uma variação de 1,19%, de outubro para novembro de 2015.
Neste período, Luanda liderou entre as províncias que registaram maior aumento dos preços, com 1,33%, juntamente com o Cuanza Sul (1,27%) e o Cuanza Norte (1,24%).
No relatório de fundamentação do OGE para 2016 é referido que "as perspetivas de fecho do ano de 2015 são de uma inflação de dois dígitos, em torno de 13,8% [variação entre janeiro e dezembro]", ou seja, quase o dobro do estimado inicialmente, recuando a níveis de há seis anos.
"A taxa de inflação retomou a dois dígitos em julho de 2015, desfavorecida pela atual conjuntura. A taxa de câmbio e a quebra da confiança dos agentes económicos estiveram na base do recuo da inflação", reconhece o Governo angolano.
Em sede da programação macroeconómica do executivo, revista no mês de setembro, segundo o mesmo documento de programação orçamental, "estão previstas um conjunto de medidas de atenuação de pressões inflacionais" e de "preservação da solvabilidade externa da economia a níveis internacionalmente recomendáveis".
As medidas envolvem ainda o controlo do rácio da dívida em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), sublinha o Governo.
No OGE para 2016, o Governo angolano prevê uma taxa de inflação de 11%.
Lusa