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Segunda, 12 Outubro 2015 11:58

Venda de divisas à banca angolana sobe para 540 milhões de dólares

A injeção de divisas nos bancos comerciais angolanos aumentou oito por cento na última semana, para cerca de 540 milhões de dólares, sobretudo para garantir a importação de alimentos, indica o Banco Nacional de Angola (BNA).

A informação resulta do relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve hoje acesso, relativamente à venda de divisas entre 05 e 09 de outubro, realizada a uma taxa interbancária média de 135,979 kwanzas (89 cêntimos de euro), praticamente inalterada face à semana anterior.

Neste período, o BNA vendeu em leilões 540,473 milhões de dólares (475 milhões de euros), valor que compara com os 499,1 milhões de dólares (438 milhões de euros) injetados na semana anterior, um crescimento superior a 8%.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica, face à redução de receitas fiscais com o petróleo, e por consequência cambial, devido à redução da entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de máquinas, matéria-prima e alimentos.

"Este volume de divisas [na última semana] destinou-se fundamentalmente à cobertura de operações de natureza prioritária", sublinha o banco central angolano, no relatório semanal.

Deste montante, 414,1 milhões de dólares (363,8 milhões de euros) destinaram-se à cobertura de operações (importações) relativas a bens alimentares, enquanto 20 milhões de dólares (17,5 milhões de euros) dizem respeito, ainda segundo o BNA, a "operações de viagens e remessas de dinheiro ao exterior do país, de natureza particular e ajuda familiar".

Para tentar retirar pressão de procura divisas aos bancos, o BNA voltou a realizar um leilão de venda de moeda estrangeira diretamente às casas de câmbio na última semana.

Foram distribuídos, a 07 de setembro, um total de 10 milhões de dólares (8,8 milhões de euros) por 52 casas de câmbio em situação legal, sendo que estas eram antes obrigadas a comprar diretamente aos bancos, que por sua vez alegavam não ter divisas suficientes.

Contudo, mantêm-se as dificuldades no acesso a moeda estrangeira nos bancos, com o mercado paralelo, de rua, a apresentar taxas de câmbio acima dos 200 kwanzas por cada dólar - em queda face a semanas anteriores -, para compra de moeda estrangeira.

A situação atual de falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O banco central anunciou no final de maio que aquela instituição passou a ter "elementos para flexibilizar" a gestão do mercado cambial, nomeadamente através do aumento de dois para três leilões de divisas (vendas aos bancos) semanais, para regularizar o fluxo de divisas.

"A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou a 25 de julho o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.

Lusa

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