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Quarta, 16 Abril 2025 00:28

Padre de 80 anos de idade julgado por crimes de difamação, calúnia e injúria contra o arcebispo

O tribunal de Comarca do Lubango, na 1.ª secção, começou ontem o julgamento dos arguidos Padre Abrão Tyipa, de 80 anos de idade, vigário judicial do Tribunal interdiocesano do Lubango e chanceler da arquidiocese local, bem como o empresário Baptista Tchiolia, acusados de terem cometido os crimes de difamação, calúnia e injúria contra o arcebispo Dom Gabriel Mbilingui e alguns padres do seu clero.

O primeiro dia de audiência, com a duração de oito horas, serviu para apresentação de provas que concorrem para a descoberta da verdade material dos factos trazidos em juízo, quer pela defesa dos réus, quer pela assistência.

Depois das alegações orais, a juíza Violeta Tchiteta começou com a primeira sessão de interrogatório do arguido Baptista Tchiloia, proprietário da empresa CASA FÁCIL, com quem a Arquidiocese do Lubango celebrou um acordo para a execução do projecto Agropecuário do Kuvango, que tinha como objectivo a exploração dos terrenos aráveis na Missão Católica da Vila da Ponte.

De acordo com o Ministério Público, Baptista Tchiloia e Padre Abrão Tyipa,terão cometidos os crimes de que vêm acusados, quando acusaram a Arquidiocese do Lubango de possuir uma associação criminosa, liderada pelo Padre Américo da Costa Gomes, pároco da Nossa Senhora da Muxima do Toco.

No Tribunal, Baptista Tchiloia negou ter proferido qualquer palavra insultuosa, caluniosa ou difamatória contra a arquidiocese do Lubango, tampouco contra o seu superior máximo, o Arcebispo Dom Gabriel Mbilinguí, tendo em conta que o mesmo é membro da mesma Arquidiocese.

Questionado sobre as publicações feitas por si nas redes sociais, em que acusa o Arcebispo do Lubango de ter desviado os bens da igreja para interesses pessoais na província do Bié, sua terra natal, e sobre a suposta associação criminosa, este respondeu que o fez em resposta às ofensas do Padre Américo Gomes.

Baptista Tchiloia disse ainda que o Padre Américo Gomes pretendia o seu lugar na direção de um projeto apoiado pelo Governo angolano, através do Ministério da Agricultura e Florestas, tendo tentado suborná-lo para que o mesmo abandonasse o projeto.

"O projeto teria a duração de 30 anos, foi interrompido em novembro de 2022, por termos sido."

Atacados, onde foram roubadas as máquinas e equipamentos agrícolas, incluindo tratores e as respectivas alfaias, charruas, carroças, semeadoras manuais, enxadas e catanas. Houve tentativa de suborno praticada pelo Américo, porque ele queria o meu cargo, ele é o autor moral da sabotagem do projeto", disse.

Envolvimento de mais três padres no crime.

Apesar de o arguido ter negado os crimes de que vem acusado nos autos, Baptista Tchiloia manteve as suas acusações contra o Padre Américo da Costa Gomes, tendo revelado que o Arcebispo foi igualmente vítima deste. Por outro lado, disse que para a materialização da aludida sabotagem, Américo da Costa Gomes terá contado com o apoio de outros três padres, nomeadamente, Eusébio Kuvialeka, Hércules e Domingos Carlos.

Por sua vez, o Vigário judicial do Tribunal Interdiocesano do Lu bango, Padre Abrão Tchipa, negou igualmente as acusações que lhe são imputadas, tendo dito em Tribunal que nunca proferiu quaisquer palavras ofensivas ou caluniosas à Arquidiocese.

Na qualidade de Vigário Judicial, disse, a sua missão limita-se apenas a dar o seu parecer aos atos praticados pelo Arcebispo do Lubango, bem como aconselhá-lo em algumas situações pontuais. Abrão Tyi revelou que a sua relação com o Arcebispo é normal, inclusive com os seus colegas. "Estou aqui por ter assinado as actas que validaram o projecto, eu não sabotei projecto algum", afirmou.

Defesa acredita que presença do arcebispo pode ser esclarecedora.

A defesa do Padre Abrão Tyipa,

Representada por Serafim Matias, acredita que a presença do Arcebispo do Lubango, Dom Gabriel Mbilingui, poderá ser bastante esclarecedora, na medida em que ele é o responsável máximo da igreja católica no Lubango, e a pessoa com quem o Agropecuário do Kuvango foi celebrado com a empresa de Baptista Tchiloia.

Depois de ter ouvido os dois arguidos e o representante da Arquidiocese do Lubango, Padre Bento Higinio Tchimbassi, o Tribunal decidiu interromper a audiência, tendo sido adiada para o próximo dia 26 de Maio. No seu despacho, a juíza da causa, Violeta Tchiteta, disse que a mesma será retomada na data marcada, mas já com a presença do Arcebispo do Lubango, Dom Gabriel Mbilingui.

Para além do Arcebispo do Lubango, o senhor apenas identificado por Calandula também se fará presente na próxima audiência. Tendo se verificado a necessidade, o tribunal orientou que se oficie o Ministério da Agricultura, para informar se efetivamente doou ou não os bens para o projeto Agropecuário do Kuvango, que bens e quem foi a pessoa que recebeu.

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