As sessões de julgamento do caso Lussati foram suspensas até que o Tribunal da Relação de Luanda responda à reclamação ao recurso sobre o despacho de pronúncia apresentado pela defesa, em sede de julgamento, disse hoje um dos advogados.
Os advogados do caso Lussati decidiram hoje continuar em sede da audiência do julgamento, após os últimos protestos por alegada parcialidade do juiz, e garantiram que “não temem” a presença de magistrados que participaram na instrução preparatória.
Uma pesquisa sobre crenças e práticas culturais que fomentam a violência sexual contra crianças angolanas revelou que o desejo de obter riqueza e curar-se da impotência sexual ou outras enfermidades contribuem para a prática deste crime.
A cooperação no domínio da justiça entre as autoridades angolanas e holandesas estiveram no centro de uma audiência, esta quinta-feira, concedida pelo Procurador-geral da República de Angola, Hélder Fernando Pitta Gróz, ao diplomata deste país, Tsjeard Roelf Hoekstra.
Os advogados do caso Lussati queixaram-se hoje de “falta de imparcialidade” do tribunal no seu tratamento com o Ministério Público (MP) angolano e ponderam abandonar a sessão de sexta-feira, após protestos em bloco no segundo dia de julgamento.
Pouco mais de seis meses depois dos Estados Unidos terem acusado o antigo ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência de Angola Manuel Helder Vieira Dias Junior “Kopelipa” e o antigo chefe do Serviço de Comunicação do Governo Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” de desvio de biliões de dólares do Governo angolano não há qualquer indício de que a Procuradoria Geral da República (PGR) angolana esteja a planear qualquer acção contra eles.
O Ministério Público (MP) angolano disse hoje que a presença de atuais e ex-governantes no julgamento do caso Lussati “por agora se afigura impertinente”, face à prova produzida, e que não houve leilão dos bens apreendidos nos autos.