Por Antunes Muaquesse
Será que estamos alheios aos problemas públicos da nossa cidade ou do País, por priorizarmos mais os elementos externos referidos anteriormente, não, acredito e sei que ficamos chocados, surpreendidos ao ver o número de pessoas, os familiares dos doentes internados nestes Hospitais a pernoitarem na rua, nos passeios das estradas, nas portas dos prédios, aonde, por incrível que seja satisfazem as suas necessidades fisiológicas, para além dos riscos de assaltos, violação e outros por exposição ao ar livre, estão também sujeitos a contrair graves doenças e a afectarem a saúde pública provincial ou nacional, que já é funesto!
Como se vê em muitos casos, o acompanhante do paciente, torna-se doente, mais grave, então quem cuidará o outro! Já estamos mais do que na fase de maturidade, Angola não pode regredir, caminho é para frente, por isso a temática do nosso Hino Nacional, é Angola Avante e não Angola recua. Um dos maiores avanços da Medicina na História da Humanidade, é a Higiene, simplesmente.
Sim, é verdade que nos angolanos ou africanos, exageramos no número de acompanhantes quando temos um próximo no hospital, bem que faz parte dos nossos hábitos e costumes, mas vamos moderar, e para a Administração Hospitalar ou a Direcção Geral do Hospital, antes a Delegação Provincial da Saúde e o Departamento Ministerial de tutela, devem encontrar uma solução técnica a favor da sociedade que os mesmos são membros integrantes, porque não criarem condições apropriadas para que as pessoas passem à noite com segurança e comodidade mínima humana, indicando o número de pessoas por cada paciente, 2 ou 3 elementos pode ser suficiente.
Possivelmente alegarão falta de espaço, sugere-se que por esta razão abdiquem de uma parte do parque de estacionamento ou outro. Vejamos, na Maternidade N´gangula, as famílias pernoitavam em frente ao passeio desta Unidade Materno-Infantil, deitavam-se sobre papelões e durante as noites os membros do Corpo Médico, faziam chamadas na rua informando o estado clínico ou as necessidades do paciente.
Há mais de um ano, foram expulsos daquele lugar, que já era impróprio e passaram então a ambular de ponto a ponto, e vê-se os enfermeiros de forma igualmente ambulativa a chamar pelos acompanhantes para solicitar roupa, pensos higiénicos, refeição, fraldas, seringas, luvas e muito mais. Ao invés de ocuparmos a nossa força de Ordem Pública a intermediar estes assuntos, quando deveriam estar destacados e servir em outros assuntos merecedores. O que para além da falta de uma sala de espera nocturna, reforça a tristeza dos familiares, é o insociável, de baixo nível e indigno atendimento que boa parte dos funcionários dos Hospitais Públicos até unidades privadas oferecem aos utentes destes serviços, é necessário, capacitá-los e ou punir severamente. É necessário tratar os pacientes e seus acompanhantes com carinho, devido o momento que se encontram, não pode ser a gasosa, saldo ou o táxi que estimulará o bom senso profissional e humano, se é somente isto, então estamos perante uma selva aonde nem o leão é rei, o cão é que manda e o salalé fará festa