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Segunda, 01 Agosto 2016 13:46

FLEC/FAC dizem que 17 militares das FAA morreram em combates em Cabinda

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) anunciou hoje a morte de 17 militares das Forças Armadas Angolanas em confrontos naquele enclave no sábado e domingo, que mataram ainda dois combatentes das Forças Armadas Cabindesas (FNum intitulado "comunicado de guerra" enviado hoje à agência Lusa, o comando militar da FLEC/FAC "alerta para o agravamento da situação militar em Cabinda" e garante que já tem forças "posicionadas em locais estratégicos" do enclave, nomeadamente dentro da cidade capital Tchiowa (Cabinda).

A Lusa não conseguiu validar estas informações junto do Governo angolano.

"O Presidente José Eduardo dos Santos não quer respeitar o cessar-fogo decretado pela direção político-militar da FLEC/FAC, apesar das sucessivas derrotas militares no terreno. A FLEC/FAC reafirma disponibilidade para estabelecer um diálogo franco e sincero (...) como única via para a paz", lê-se no comunicado, assinado por Afonso Nzau, chefe de brigada em Maiombé Sul.

De acordo com o comando militar da FLEC/FAC, os "violentos confrontos" com as Forças Armadas Angolanas (FAA) "eclodiram" no sábado e prolongaram-se por domingo. Aconteceram, lê-se ainda, em três frentes junto à fronteira da Republica do Congo, e na aldeia de Banga, em Buco-Zau, "onde foi registada a morte de quatro oficiais e sete soldados das FAA e dois militares da FLEC/FAC".

Os independentistas acrescentam que outros seis militares das FAA e três soldados foram "gravemente feridos" no domingo, numa emboscada em Mviedi e que "outros combates estão em curso".

A FLEC luta pela independência de Cabinda, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte do território angolano.

Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC-FAC a manter-se como o único movimento de resistência armada contra a administração de Luanda.

O novo presidente da FLEC, Emmanuel Nzita, reafirmou a 13 de junho a continuidade da "luta" pelo "direito inalienável à autodeterminação e independência" em relação a Angola, apelando para a "união" contra "comportamentos desviacionistas".

Em comunicado ao povo de Cabinda, enviado também na ocasião à agência Lusa, Emmanuel Nzita, que assumiu as funções após a morte, a 03 de junho, do fundador e presidente da FLEC e Forças Armadas Cabindesas, Nzita Henriques Tiago, aponta o "dever coletivo" de "honrar a herança" do mentor da organização.

"Na FLEC-FAC temos a obrigação e o dever de reforçar, reestruturar e nos manter firmes na continuidade da luta do povo de Cabinda ao seu direito inalienável à autodeterminação e independência", afirma Emmanuel Nzita, filho do fundador da organização.

© LUSA

 

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