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Quarta, 04 Mai 2016 14:32

Ex-presidente do BESA, Álvaro Sobrinho investigado por fraude de 120 M€

Mais de 30 imóveis, avaliados em dezenas de milhões de euros e situados essencialmente no contro de Lisboa e do Porto, foram aprendidos pelo Ministério Público, no âmbito da investigação ao BESA que tem Álvaro Sobrinho como principal arguido. 

Neste momento as autoridades falam de uma fraude de 120 milhões de euros – em novembro falavam em 80 milhões. Pretendem que os imóveis sirvam de garantia em caso de condenação de Álvaro Sobrinho.

O ex-presidente do BESA (2002-2012), Álvaro Sobrinho, justificou em dezembro de 2014, no parlamento português, a falta de reembolso dos mais de três mil milhões de euros de crédito concedido pelo BES ao banco angolano com o incumprimento das empresas que beneficiaram do dinheiro.

Perante a comissão de inquérito da Assembleia da República ao BES, o gestor luso-angolano recusou qualquer responsabilidade no colapso do banco angolano.

A conversão do BESA em Banco Económico e as alterações nas participações chegaram a ser contestadas ainda no final de 2014 pela administração do BES. Em junho de 2015 avançou a fase final deste processo, com a introdução da nova imagem corporativa do banco, que passou a ser controlado maioritariamente, em 39,4%, pelo grupo petrolífero estatal Sonangol.

O BES português, que era então acionista maioritário do banco (55%) desapareceu da estrutura acionista, vendo a participação diluída no aumento de capital, o mesmo acontecendo com a sociedade Portmill, que perdeu a quota de 24%.

Já o Novo Banco, de Portugal, ficou, entre outras mais-valias potenciais, com uma participação de 9,72%, por conversão de 53,2 milhões de euros do anterior empréstimo do BES português, no valor de 3.300 milhões de euros à data da intervenção estatal.

A posição dominante foi assumida pela petrolífera estatal angolana, através da "empresa mãe", a Sonangol EP (16%), e das participadas Sonangol Vida SA (16%) e Sonangol Holding Lda (7,4%).

Nesta operação, segundo o relatório e contas de 2014, a petrolífera identifica um investimento nesta participação de pelo menos 16.848 milhões de kwanzas (90 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Em termos individuais, o grupo Lektron Capital SA - sociedade associada a investidores chineses - passou a deter uma participação de 30,98% no capital da instituição. Segue-se a Geni Novas Tecnologias SA, associada a investidores angolanos, com uma quota de 19,9%.

António Paulo Kassoma tornou-se no primeiro presidente do conselho de administração do Banco Económico, enquanto Sanjay Bhasin preside à comissão executiva.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o buraco do Besa foi transferido para a principal seguradora do Estado angolano, Ensa, mas vai ser assumido pelo Tesouro já que aquela entidade não tem capacidade financeira para o suportar.

Recorde-se que da lista dos devedores ao Besa, figuram, entre outras personalidades, o vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, a irmã do Presidente angolano, Marta dos Santos, Eugénio Neto, antigo administrador da Escom e outras proeminentes personalidades do regime de Luanda.

 

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