Quinta, 02 de Mai de 2024
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Quarta, 09 Dezembro 2015 15:24

Juiz pede calma aos 17 activistas

O juiz do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, Januário Domingos, pediu hoje aos 17 arguidos que “tenham calma”, alegando que o “julgamento não é sumário”.

Em causa está a divulgação de uma carta aberta ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em que 14 dos 15 activistas, detidos há quase seis meses, pedem celeridade no julgamento que já está na sua quarta semana. A não comparência dos mesmos no tribunal e uma greve de fome colectiva foram as medidas apontadas pelos detidos no caso da fase de interrogatório não terminar esta semana.

“Todos nós estamos aqui para que haja celeridade no processo. É bom que os advogados digam aos arguidos que tenham paciência porque o julgamento não é sumário, é um julgamento de querela onde têm de se ouvir todos os réus e os declarantes e depois chegar às alegações finais”, alega Januário Domingos.

Considerando este um julgamento de “natureza teatral”, os activistas falam de interferências da presidência num processo que à Justiça cabe solucionar.

“Temos testemunhado em primeira mão a sua interferência ao longo de todo o processo e particularmente agora, em plena sede de julgamento. Os seus homens disfarçam-se tão mal que se esquecem de remover da lapela dos fatos que envergam os timbres da presidência”, lê-se na carta.

A sessão de hoje acabou por volta das 15h e durante todo o dia foi ouvido apenas o jornalista Sedrick de Carvalho. Durante boa parte da manhã foram exibidos pelo Ministério Público os vídeos que alegadamente comprovam as intenções dos acusados.

A previsão é que amanhã seja ouvido o co-réu António Tomás “Nicolas Radical”.

Já foram ouvidos até agora os activistas Domingos da Cruz, Nito Alves, Hitler Chiconda, Nuno Dala, Luaty Beirão, Inocêncio de Brito, Arante Kivuvu e Albano Bingo-Bingo.

RA

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