Para conseguir alcançar os seus objectivos, segundo apurou o Angola24Horas, tem usado o nome do ministro do Interior, Eugénio César Laborinho, com a finalidade de “amedrontar” os camponeses indefesos.
Recentemente, o director da empresa “Konda Marta”, que controla mais de quinhentas camponesas na zona do 11 de Novembro, no distrito urbano da Cidade Universitária, no município do Talatona, denunciou uma lista contendo nomes de várias individualidades e instituições, com destaque para o nome do ministro do Interior, Eugénio Laborinho, de supostamente ter recebido uma parcela de terra das camponesas de forma “ilegal” num “esquema” liderado pelo comandante da Polícia do Talatona, Joaquim do Rosário.
Entretanto, reagindo aos órgãos de comunicação social ao “desmentido” feito por uma suposta fonte do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), sobre o não envolvimento do ministro do Interior, Eugénio César Laborinho e à “falsidade” da lista em causa, Daniel Neto reafirmou que a lista tornada pública “é autêntica e verdade”, pois se não fosse, o IGCA, enquanto instituição, devia se pronunciar em conferência de imprensa e “não se refugiar num fonte anónima”.
“Como é possível um Governo ter uma fonte sem resto?”, questionou Daniel Neto para quem “o Governo não pode se esconder”.
O director da empresa Daniel Neto entende que o ministro do Interior poderá não estar directamente envolvido na usurpação, pelo que atribui a culpa ao director do Cadastro do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), Adriano Wacatala e o comandante do Talatona, Joaquim do Rosário, que teriam colocado o nome de Eugénio Laborinho na “máfia” com vista a intimidar as camponesas.
Lembrou que, num dos encontros entre o advogado da empresa, Salvador Freire e o actual titular do MININT, Eugénio Laborinho teria admitido que um dos seus filhos tinha perdido um terreno no perímetro em litígio, sem no entanto especificar quando e como conseguiu tal parcela.
Daniel Neto disse que “o IGCA tem medo porque a lista envolve o ministro do Interior”, ressaltou, revelando que “já mais duas vezes fui recebido no gabinete do sub-comisário Joaquim do Rosário e mostrou esta lista com o nome do ministro do Interior, é a mesma”, contou à imprensa.
O também oficial das FAA, denúncia que, Adriano Wacatala, actual director do Cadastro do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), “já esteve no terreno em nome do ministro do Interior, onde efectuou a demolição de mais de 40 residências das camponesas da empresa Konda Marta”.
As habitações, segundo Daniel Neto, tinham sido construídas por uma construtora da senhora Judith, esposa de um oficial da Polícia Nacional, cujas demolições aconteceram sem nenhum mandado judicial ou do Governo Provincial de Luanda.
Após as demolições, lembrou Neto, os supostos invasores “conseguiram erguer os seus condomínios sob a protecção de 35 patrulhas e polícias armados, alegando que o terreno pertence ao ministro do Interior”, disse.
Na tarde deste domingo, 10, várias patrulhas foram movidas pelo Comandante do Talatona, dando protecção a uma empresa chinesa HS para a vedação do espaço alegadamente adquirido pelas altas patentes da Polícia e Forças Armadas.