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Terça, 17 Janeiro 2023 15:44

Angola tem 2,3 milhões de explorações agropecuários e piscatórios familiares e 5.887 empresariais

Angola tem um total de 2,3 milhões de agregados familiares agropecuários e piscatórios e 5.887 explorações agropecuárias e aquícolas empresariais, das quais 13,8% na província de Benguela, informou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados constam do primeiro Recenseamento Agropecuário e Pescas (Rapp) realizado pós-independência nos correspondentes setores, referente ao período 2019 e 2020, que se desenrolou em quatro módulos, nomeadamente a Listagem dos Agregados Familiares, Comunitário, das Explorações Agropecuárias e Piscatórias Familiares, e Explorações Agropecuária e Aquícola Empresariais.

Os dados avançam que 1,6% das explorações agrícolas familiares receberam assistência técnica, com destaque para a província de Malanje (5,9%), seguida de Cabinda (3,6%) e Bié (2,6%) e sem qualquer assistência a província do Cuando Cubango.

Angola tem uma percentagem de 96,4% de área cultivada, com a província da Lunda Norte a liderar (99,2%) e a Lunda Sul com a menor percentagem do país (92,1%).

A percentagem no país das explorações agrícolas familiares que cultivam o milho é de 76,4%, estando à frente o Bié (99,4%) e o Cunene com 27,1%.

Em termos de rega, o recenseamento aponta que 14,4% das explorações agrícolas familiares usam a rega, maioritariamente na província de Luanda (42,6%) e com menos uso na Lunda Norte (0,9%).

No que se refere à atividade pecuária, o Rapp dá conta que foram apuradas um total de 1,4 milhões de explorações pecuárias, das quais se destacam na criação de galinha (77%), caprinos (31%), suínos (21%), bovinos (18%) e ovinos (2%).

A província do Huambo (6,6%) é a líder em explorações pecuárias familiares, e a do Uíje (0,2%) é a que possui o registo de menores criações familiares, sendo que a província do Cunene surge na frente na criação de caprinos (61%) e de suínos (41%), perdendo para a província do Namibe na criação de bovinos (47,6%) e Cabinda para os ovinos (6,5%).

No que se refere à atividade aquícola, o Rapp revelou que 8.263 explorações familiares neste setor, maioritariamente praticada em terra (tanque escavado), com 91%, e apenas 6,4% em lagoas, principalmente as espécies tilápia nativa (98%) e bagre nativos (95%).

Sobre as explorações agropecuária e aquícola empresariais, das 5.887 existentes, foram recenseadas 5.858, que indicaram que a província de Benguela tem o maior número de empresas (13,8%) e Cabinda com o menor parque (0,8%), maioritariamente do ramo agrícola (92%), depois a pecuária (40%), aquícola (6,8%) e silvicultura/agrofloresta (0,2%).

Do total de empresas, 47,3% estão em nome individual, 26,0% são sociedades por quota, 22,1% são cooperativas e 0,3% são empresas do Estado, com os homens a liderar o percentual de proprietários (91%).

Um total de 4,3% das explorações agropecuária e aquícola empresariais do país tiveram assistência técnica, com destaque para a província de Cabinda (29,6%) e com nenhuma no Namibe, sendo no Moxico onde as empresas tiveram o maior número de acesso ao crédito (15,5%) e com menor acesso na província da Lunda Sul (1,4%).

Na cerimónia de apresentação dos dados, o secretário de Estado para a Economia de Angola, Ivan dos Santos, frisou que com este recenseamento agropecuário e pescas o Governo está em melhor posição para reformular as políticas públicas e tomar decisões que visam melhorar o desempenho da agricultura, pecuária e pescas, bem como fomentar a diversificação económica.

Por sua vez o representante do Banco Mundial (BM), Juan Alvarez, destacou que cerca de 24 mil aldeias foram visitadas pelas equipas de campo, que entrevistaram cerca de 2,5 milhões de explorações familiares.

“O Banco Mundial se orgulha de ter sido um parceiro nesta importante empreitada”, disse Juan Alvarez, acrescentando que a carteira de financiamento do BM em Angola inclui setores-chave para a redução da pobreza e a promoção de crescimento inclusivo e sustentável, dos quais se destaca a agricultura.

Segundo o representante do BM, as partes de Angola que mais sofrem com a pobreza extrema estão no setor rural, tratando-se de “uma taxa três vezes superior do que a pobreza nas zonas urbanas”.

A representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Maria do Nascimento, considerou que com o censo Angola passa a ter uma melhor radiografia da estrutura produtiva, nomeadamente da agricultura, não só a familiar, mas também da pequena, média e grande escala, bem como dos agentes económicos, cadeias de valor e da utilização da mão-de-obra quer a nível familiar quer a nível das atividades desenvolvidas por empreendimentos económicos.

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