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Quinta, 12 Novembro 2020 16:00

ONG lamenta repressão e morte de manifestante em Angola

A organização não-governamental (ONG) angolana Friends of Angola manifestou hoje “preocupação e apreensão” com a repressão da manifestação de quarta-feira, lamentando as detenções, espancamentos e morte de um dos manifestantes.

“A repressão brutal contra manifestantes pacíficos por parte da Polícia Nacional viola o conjunto de valores e princípios que se consubstanciam no espírito da independência nacional, alcançada com enorme sacrifício consentido por angolanos e angolanas de diversos estratos sociais”, declarou, em comunicado, a Friends of Angola (FoA).

Segundo a ONG, várias pessoas foram detidas e espancadas em confrontos com a polícia durante a tentativa de manifestação que estava prevista, coincidindo com a celebração dos 45 anos da independência nacional de Angola.

A FoA afirmou que se registou ainda “a morte do cidadão e manifestante Lando Lukombo”, morto a tiro por volta das 11:00 e endereçou “sentidos pêsames” à família.

Na quarta-feira, alguns ativistas relataram a morte de um manifestante, mas a polícia afirmou que o jovem se encontrava hospitalizado.

A FoA considerou ainda que o Governo do Presidente João Lourenço tem estado “a revelar uma deriva totalitária” que remete para a “Era dos Santos”, numa alusão ao antigo presidente José Eduardo dos Santos, “marcada por uma quantidade industrial de violações dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”.

Os acontecimentos trágicos, acrescentou a nota, “revelam igualmente que as promessas de reforma do Presidente João Lourenço são vazias e revelam-se mentirosas na medida exata em que, a par de outros casos, os cidadãos são impedidos de exercer o direito à manifestação, consagrado na Constituição”.

A ONG apelou ao Presidente para que “mude a postura que tem tido para com os manifestantes” e alertou para os riscos que a repressão das manifestações apresenta para a estabilidade política em Angola.

A tentativa de manifestação em defesa de melhores condições de vida e por eleições autárquicas em 2021, que tinha sido proibida pelo governo de Luanda, ficou marcada por confrontos, com a polícia a usar gás lacrimogéneo e tanques de água contra grupos de jovens que tentavam aproximar-se do centro da cidade.

A polícia garantiu ter usado apenas meios não letais, próprios “neste tipo de eventos”.

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