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Quarta, 22 Julho 2020 06:59

PGR manda libertar homem que atropelou mortalmente a namorada

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) colocou em liberdade na tarde desta segunda-feira, 21, por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR), um homem de 59 anos, acusado de ter atropelado mortalmente a namorada, Edna Bessa, de 27, modelo, na noite de Domingo,19. Família da vítima não entende e contesta decisão.

Ao Novo Jornal, o porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR), Álvaro João, contou que o homem, após ter atropelado a namorada, se apresentou ao Comando Municipal da Samba da Polícia Nacional (PN) e explicou a situação, tendo ficado detido.

No dia seguinte, segunda-feira, dia 21, cerca das 17 horas, foi posto em liberdade depois de ser ouvido pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do Serviço de Investigação Criminal da Samba, no bairro da Camuxiba, explicou Álvaro João.

"O homem foi constituído arguido, tendo sido ouvido em primeiro interrogatório judicial pelo Ministério Público junto do SIC-Samba, e durante os interrogatórios, disse que teve um desentendimento com a sua namorada (vítima) à porta da viatura. Quando arrancou, não se deu conta de que a vítima se tinha pendurado na porta do lado direito da viatura", contou Álvaro João, em declarações ao Novo Jornal.

O responsável pela comunicação da PGR acrescentou que o suspeito, durante o depoimento, argumentou que ao arrancar com a viatura, a jovem caiu e embateu com a cabeça no chão com alguma violência.

"Ele (o arguido) disse que parou a viatura e de imediato socorreu a vítima para o hospital com a ajuda de alguns vizinhos. Sendo este o desenrolar dos acontecimentos apurados pela perícia efectuada pelo SIC no local do crime", explicou, salientando que, diante destes factos, o magistrado do Ministério Público acusou o homem pela prática do crime de homicídio involuntário.

"Tão logo foi ouvido pelo MP, o arguido conheceu a medida de coacção de termo de identidade de residência e foi-lhe aplicada a multa de um milhão de Kwanzas porque um crime desta natureza admite caução, tendo sido, em seguida, restituído à liberdade", declarou o responsável pela comunicação da PGR, sublinhando que o arguido vai responder ao processo em liberdade até chegar a data do julgamento.

De acordo ainda com Álvaro João, durante a instrução preparatório do processo, "se existirem provas de que a acção do arguido foi dolosa, ou seja, agiu intencionalmente, então responderá por homicídio voluntário".

Segundo o relato do primo de Edna Bessa, que não quis ser identificado, "no dia em que a prima morreu, alguns dos vizinhos que assistiram ao crime, disseram que a Edna, após ser atropelada, ainda foi arrastada durante 10 metros como se se tratasse de um animal que foi atropelado".

"Não é possível que a PGR tome essa decisão diante de uma barbaridade tremenda, mata a minha prima e fica em liberdade como se nada tivesse acontecido? Só queremos que a justiça seja feita, por isso, em determinados casos, certas pessoas fazem justiça com as próprias mãos", lamentou.

O primo de Edna fez saber ainda que familiares e amigos da vítima desconhecem os motivos pelos quais o suposto homicida foi posto em liberdade, assegurando que os famíliares da jovem não foram até ao momento ouvidos pelo procurador do MP junto do SIC-Samba.

"Só precisamos entender e saber por que razão a PGR colocou em liberdade um indivíduo com este carácter a troco de um milhão de Kwanzas, será que a vida da minha prima tem preço? Esse caso não vai ficar assim, esse senhor pode ter dinheiro, mas também vamos acabar com ele", avisou. NJ

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