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Quarta, 17 Agosto 2016 23:29

Oposição lamenta discurso do líder do MPLA focado nos militantes

SG da UNITA, Franco Marcolino Nhany, convidado na sessão de abertura do VII congresso ordinário do MPLA SG da UNITA, Franco Marcolino Nhany, convidado na sessão de abertura do VII congresso ordinário do MPLA

Representantes de partidos políticos angolanos lamentaram hoje que o líder do MPLA não tivesse abordado assuntos da atualidade, como as recentes demolições polémicas em Luanda, e que o discurso de abertura do congresso tenha sido apenas para os militantes.

Os dirigentes falavam após a sessão de abertura do VII congresso ordinário do MPLA, marcado pela intervenção de José Eduardo dos Santos, líder do partido e chefe de Estado angolano desde 1975.

Em declarações à imprensa, o secretário-geral da UNITA, Franco Marcolino Nhany, considerou normal que sendo um congresso fossem abordadas questões político-partidárias, mas espera que sejam analisados também aspetos sobre a consolidação da paz, a reconciliação nacional e o aprofundamento da democracia.

"Estou expectante para ver de facto se estes temas merecerão um estudo, uma análise, um debate e que resultem de facto", disse o dirigente da UNITA, ao principal partido da oposição angolana.

Sobre a alusão no discurso a um sistema de gestão autárquica, Franco Marcolino Nhany referiu que mais do que palavras os angolanos querem ver a prática.

"Este tema tem sido debatido e até este momento que vos falo não houve nenhum indicador de vontade política para passarmos à prática", disse o secretário-geral.

Na sua intervenção, José Eduardo dos Santos disse que no novo modelo vai se deixar de "governar para o cidadão e passar a governar com o cidadão".

"Com ele iremos identificar não só os problemas, mas também as soluções para os nossos desafios, no quadro de uma democracia participativa", disse.

O dirigente da UNITA pediu ainda que mais do reconhecer que o MPLA falhou, devia apontar em que áreas e em que medidas se registaram as falhas.

"Isto é que é de facto importante e que os angolanos esperam mais do que reconhecer que falharam é dizer onde e em que medidas do falhanço tem a ver com a crise do país", acrescentou.

Por sua vez, o representante da CASA-CE, a segunda força política do país, Milu Tonga, disse que o discurso voltado para os quadros do MPLA, não trouxe "nada de especial, salvo um apelo interno para os seus militantes".

Para Milu Tonga, o discurso não correspondeu às expectativas da CASA-CE, porquanto é uma "retórica constante, permanente, já conhecemos isso".

"Os empresários nesta sociedade sabemos quem são, isto não é nada de novo", disse o dirigente, em referência á crítica do líder do MPLA a grupo de empresários que enriquecem ilicitamente.

Milu Tonga disse que esperava ouvir no discurso de José Eduardo dos Santos uma alusão a temas atuais, que estão em voga neste momento em Luanda, como as demolições por exemplo.

O VII congresso ordinário, que arrancou hoje em Luanda com a participação de 2.530 delegados de todo o país e do estrangeiro, decorre até 20 de agosto e prevê a reeleição de José Eduardo dos Santos, candidato único ao cargo de presidente do MPLA, a análise e aprovação da Moção de Estratégia do líder do partido e a confirmação da nova composição do Comité Central.

© LUSA

 

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