Em declarações à imprensa, no final da reunião dos Líderes Parlamentares, para definir a agenda da Plenária de 19 de Janeiro, disse não ser novidade, pois já consta das recomendações da Resolução que aprova o OGE enviada ao Executivo.
Para si, a economia não é uma ciência exacta e o OGE é uma previsão que pode ser revista, caso as receitas arrecadas forem inferiores.
Essa revisão, disse, era de alguma forma "previsível", pelo que não há razões para qualquer polémica em relação a esse assunto.
"É previsível, porque a economia não é uma ciência exacta. Até a queda da chuva faz alterar as previsões económicas. Assim como em qualquer democracia, quando há um défice há uma revisão e quando há um superavit remete-se para a poupança do tesouro ou para as reservas estratégicas", vincou.
Explicou que a crise económica que afecta Angola "resulta da oferta do petróleo de xisto que os americanos estão a fazer e que cria variação na oferta do preço do produto.
"Não tem nada a ver com previsões orçamentais de economistas. É uma questão política, porque os EUA fizeram reservas estratégicas que foram geridas e, em competição com outros países, procuram oferecer ao mercado", expressou.
Lembrou que em 2008 Angola soube superar a crise económica mundial e nos anos de guerra viveu uma economia de guerra, daí reforçar que não há razões para polemizar a questão.
Já o líder parlamentar da UNITA, Raúl Danda, lembrou que a 13 de Novembro de 2014 o seu grupo parlamentar alertou ao Executivo que aquele OGE era "irreal", porque trazia despesas na ordem de 73 biliões de USD e o Executivo primeiro pensou no barril de petróleo no tecto dos 90 USD.
"Depois chegou à conclusão que o preço razoável seria 81 USD por barril, mas já estávamos na altura da discussão a ver que isso estava muito aquém desse valor. Sugerimos que se fizesse mais um esforço para poder reduzir as despesas", disse.
Na mesma senda, o líder da bancada da CASA-CE, André Mendes de Carvalho "Miau", disse que essa possível revisão deriva, de alguma forma, da não aceitação dos conselhos da oposição.
Lamentou o facto de, a seu ver, a bancada do MPLA "não dar azo para que os deputados das outras bancadas tenham poder de intervenção".
ANGOP