Segunda, 07 de Julho de 2025
Follow Us

Segunda, 07 Julho 2025 17:18

UNITA critica subida dos combustíveis e diz que medida “está mal pensada”

O presidente da UNITA criticou hoje a retirada dos subsídios aos combustíveis, considerando que o Governo “não preparou esta medida” e que o seu impacto está a ser “punitivo” para os cidadãos, anulando os ganhos obtidos com aumentos salariais.

“O cidadão está a ser múltipla e injustamente punido” afirmou Adalberto Costa Júnior à margem da terceira edição das Conversas Economia 100 Makas, em Luanda, salientando que os aumentos dos combustíveis, da cesta básica, dos transportes, o aumento de outras coisas, retirou os ganhos dos aumentos salariais.

“Nós criticamos o ‘timing’, nós criticamos a forma, nós criticamos a impreparação destas medidas”, insistiu.

Na semana passada, o preço do gasóleo em Angola passou de 300 kwanzas (cerca de 0,28 cêntimos de euro) para 400 kwanzas (0,37 cêntimos) por litro, representando um aumento de 33 %, medida que foi seguida pelo aumento das tarifas dos transportes de passageiros, justificada pelo regulador como forma de garantir o equilíbrio operacional das empresas e manter a continuidade dos serviços.

Segundo Adalberto Costa Júnior, a decisão do Executivo foi tomada sem auscultação da sociedade civil e sem um plano estratégico: “Aquilo que me parece é que estas coisas alguém decide num timing que não envolveu o país e as forças vivas e os parceiros sociais, e, portanto, tem este contexto de crítica generalizada, mesmo daqueles que estão de acordo.”

O líder do maior partido da oposição questionou também a ideia de que as verbas poupadas com os subsídios revertem diretamente para os setores sociais, já que “não significa exclusivamente que aquela poupança vá exclusivamente para educação e saúde.

“Nós dizemos que, acima de tudo, estes são fatores prioritários, mas ela deve ir para incentivar o setor produtivo”, acrescentou. No debate, Adalberto Costa Júnior defendeu a necessidade de “coragem para as reformas”, ligando a recuperação económica à transformação institucional.

“As reformas são, seguramente, a reforma da administração pública, é a reforma do Estado partidário, é a realização das autarquias locais, é a capacidade de fazer a reforma do poder judicial, tudo isto se complementa para termos um ambiente de liberdade”, afirmou.

O moderador do encontro, o economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho, destacou a importância do momento para o debate público e criticou a ausência do líder da oposição nos órgãos de comunicação do Estado.

“Eu estive ao lado dele, não tem sarna”, ironizou, defendendo que a comunicação social pública deveria seguir o exemplo e abrir espaço à pluralidade.

Rate this item
(0 votes)