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Quarta, 05 Abril 2023 17:12

"Depois de tantos anos na mata, nossos filhos não estudam por falta de dinheiro, dormimos mal", diz antigo combatente

Na província angolana do Moxico, os antigos combatentes queixam-se da falta do pagamento de suas pensões de reforma já lá vão três meses.

Vinte e um ano depois da celebração da paz, os veteranos dizem estar a passar por inúmeras necessidades e recorreram ao governador da província, Ernesto Muangala, quem prometeu resolver o problema.

Os chamados "Maquizardes", designação que vem do termo Maquis e que lutaram sempre na província do Moxico, têm uma pensão como antigos combatentes de 23 mil kwanzas que consideram irrisória, mas ainda assim há meses que não
a recebem.

Mwata Katchiri, de 67 anos, questiona o Governo central as razões de não serem pagos.

"Nós estamos a perguntar ao Governo por quê não dão o nosso dinheiro, nós temos muitos filhos para criar, defendemos esta terra, qual o motivo deste sofrimento?", pergunta.

Outro veterano de guerra, Joaquim Francisco, conta que graças à tentativa de manifestarem devido à falta de pagamento das suas pensões, pela primeira vez conseguiram entrar no palácio da província e conversar com o governador.

"Pela primeira vez na nossa vida conseguimos pisar o gabinete do governador, nós estamos com fome, não temos nada para comer, ficamos chateados para vir aqui fazer confusão, mas o governador prometeu resolver e nos mandou esperar", conta Francisco.

Jonas Capitão, de 70 anos de idade, diz que os antigos combatentes do Moxico querem a exoneração do director provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

"Nós nem sabemos por quê desse sofrimento todo, depois de tantos anos na mata, os nossos filhos não estudam por falta de dinheiro, nós dormimos mal, comemos mal, nós queremos uma sentada, estes dirigentes devem ser afastados", exige Capitão.

Na conversa mantida com os antigos combatentes, o governador do Moxico assegurou que dentro de uma ou duas semanas a situação do pagamento das pensões estará resolvida. VOA

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