“Esperávamos ser eleitos, mas não por estes números expressivos”, disse Chicoti, numa reacção ao acontecimento, justificando que “os angolanos devem, por isso, orgulhar-se por esta vitória, porque é um reconhecimento da comunidade internacional”.
Acrescentou que isto é um indicativo do prestígio granjeado por Angola, “uma grande vitória da acção política e diplomática” do seu Presidente, José Eduardo dos Santos, que dedicou muito do seu tempo, nos últimos anos, às questões da paz e segurança na região em que se situa.
Em declarações à imprensa angolana, no final da sessão, Chicoti referiu que o elevado número de votos obtidos é, também, uma manifestação de confiança e uma “reacção muito forte” da comunidade internacional para com Angola.
No seu entender, esta eleição vem aumentar, ainda mais, as responsabilidades de Angola, sobretudo a favor da paz no mundo e na região em que está inserida e “o desafio é grande”.
Em função desta conjuntura, o ministro considera que Angola inicia, agora, um novo ciclo, de uma nova imagem que dá ao mundo, com maiores preocupações e responsabilidades em relação aos grandes problemas que se colocam ao mundo, sobretudo em matéria de paz e segurança.
O ministro angolano aproveitou para agradecer o apoio recebido dos parceiros internacionais, porque “vêm a capacidade de Angola em poder responder, de maneira conveniente. Somos um país que está a crescer e temos toda a moderação para poder propor soluções ou trabalhar com os outros nos problemas que afectam o mundo”.
A República de Angola conseguiu hoje um grande feito na arena político-diplomática internacional, ao conquistar, nas urnas, 190 dos 193 votos expressos na sua eleição para o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Tratou-se do maior número de votos conseguidos entre os sete candidatos que concorreram aos cinco assentos de membros não permanentes do Conselho. A candidatura foi caucionada pela União Africana.
Por este facto, a sala de sessões da Assembleia Geral foi inundada de aplausos e manifestações de felicitações, após o anúncio desta conquista.
Quanto às outras regiões, pela América Latina e Caraíbas foi eleita a Venezuela. Pela Ásia e Pacífico foi eleita a Malásia e a Nova Zelândia pela "Europa Ocidental e outros Estados".
Ainda nesta última região, o outro assento foi ganho pela Espanha, ao cabo de três votações de desempate, na sequência de uma renhida disputa com o outro candidato, a Turquia.
Esta é a segunda vez que Angola é eleita a este selecto grupo, onde pontificam as cinco potências que se constituem nos membros permanentes, designadamente EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, com direito a veto.
A primeira eleição ao órgão ocorreu a 27 de Setembro de 2002, quatro meses depois do fim do conflito armado e do estabelecimento da paz definitiva no país.
Angola junta-se, assim, em representação de África, à Nigéria e ao Tchad, cujos mandatos apenas terminam a 31 de Dezembro de 2015.
Os restantes candidatos eleitos são a Malásia, pela Ásia e Pacífico, a Venezuela, pela América Latina e Caraíbas e a Espanha e Nova Zelândia região da “Europa Ocidental e outros Estados”.
O Conselho de Segurança é o mais visível e influente órgão do sistema das Nações Unidas, encarregue de zelar pelo estabelecimento e manutenção da paz e segurança mundiais. É composto de 15 membros, 10 dos quais não permanentes.
Estes são eleitos, rotativamente, todos os anos, em representação das distintas regiões do mundo.
ANGOP