Torna-se doloroso e até mesmo intrigante a todo bom militante do MPLA ver o partido dos seus sonhos afundar-se completamente, e também assistir impávido o seu descarrilamento, pontificando de seguida para uma inigualável descaracterização, daquele que já foi considerado um dos maiores baluartes atuantes da cena politica e militar dentre os então movimentos, que ajudaram a libertar Angola do jugo colonial fascista.
O verdadeiro Nascimento, da democracia, na Republica de Angola, teria sido já, um facto palpável, e que sob efeito domino, teria já trago para Angola, uma comissão nacional de verdade, e de reconciliação, se o ditador Jose Eduardo dos Santos, houvesse admitido primeiro a democratização do MPLA, antes do déspota, fingir que tem boa vontade política, para enveredar, no jogo democrático em Angola.
O discurso proferido por sua excelência Senhor Presidente da República de Angola - José Eduardo dos Santos – constituiu as guloseimas que compensam o amargo das chicotadas e dos tiros pelos quais ele mesmo responde às manifestações populares e em particular dos jovens, por intermédio do seu “braço armado” (UGP – Unidade da Guarda Presidencial).
A República de Angola é um país que está em crise de liderança, onde a inevitável alternância política do actual Presidente, que se avista à passos longos, poderá ser turbulenta e resultar em duas crises: a própria alternância ou sucessão e a sua posterior crise transicional político-administrativa da actual para a futura Presidência da República.
No outro dia, cruzei-me acidentalmente com alguns “mais novos” da comunicação social pública, e, para a minha agradável surpresa, contrariando a habitual fuga às “minhas chagas de sarna”, mostraram-se muito simpáticos e conversadores.
Analistas consideram que José Eduardo dos Santos não aprofundou temas controversos na mensagem de Ano Novo. Por exemplo, a morte dos ativistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule.
Isaias Samakuva, líder da UNITA, afirma, e como muita propriedade, que 2013 "termina com uma incógnita sobre o que realmente se passa no país"; não esqueçamos que manifestações, a maioria preparadas e levadas a efeito com vontades e interesses pacíficos, foram transformadas em "actos de morte" como disse e bem o senhor Presidente Eduardo dos Santos.
É espantoso, intrigante e quase inacreditável o que acabamos de ouvir na voz discursiva habitualmente altiva do presidente do regime! É estranho que o presidente precisa-se de permanecer trinta e quatro anos no poder para notificar o país da existência desconfortável de um absoluto abandono e total desrespeito pela constituição atípica que ele mesmo criou para dela se proteger e continuar incólume no poder, pois o primeiro prevaricar da constituição é o próprio presidente que nunca a respeitou.