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Sexta, 17 Outubro 2014 21:59

Portugueses são maioria dos que chegam a Angola com vistos falsos

Onze estrangeiros foram impedidos de entrar em Angola na última semana, na posse de vistos alegadamente falsos, num total liderado novamente por cidadãos portugueses, informou esta sexta-feira, dia 18 de Outubro, à Lusa fonte do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME).

Na mesma informação, o SME refere que estes novos casos registaram-se no período entre 09 e 15 de Outubro, no aeroporto internacional da capital, mas sem adiantar mais pormenores, nomeadamente sobre o total de portugueses envolvidos.

"A partir do posto de fronteira aérea de Luanda, temos como informação relevante esta semana, a recusa de entrada de 11 cidadãos estrangeiros por uso de visto falso, tendo a nacionalidade portuguesa o maior número", indicou apenas o SME.

A mesma situação aconteceu nas duas semanas anteriores, envolvendo no total onze estrangeiros, igualmente maioritariamente portugueses. Este tipo de caso não implica, por norma, a detenção destes cidadãos, apenas o seu repatriamento no primeiro voo disponível.

No final de agosto, aquela força policial, responsável pelo controlo de fronteiras e migração, confirmou que mais de 200 passaportes com vistos de trabalho alegadamente falsos estavam apreendidos para investigação, por suspeita de emissão fraudulenta, também com Portugal a liderar uma lista de quinze nacionalidades.

Países como Brasil, Moçambique, Nigéria, Líbano, Mauritânia, Egito, China, Cuba, Ucrânia, Turquia, Jordânia, Macedónia, Costa de Marfim e Malaui figuram igualmente na lista das nacionalidades de cidadãos cujos passaportes foram apreendidos pelo SME.

De acordo com aquela autoridade, as empresas que contratam estes trabalhadores chegam a pagar a redes clandestinas, dentro e fora de Angola, 5.000 a 12.000 dólares por cada visto falso. Oficialmente, o processo para obtenção de um visto de trabalho em Angola, a partir dos consulados do país, ronda os 400 dólares.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português defendeu esta semana que deve ser a polícia a tratar primeiro deste tipo de caso, sendo uma "matéria importante".

"Tudo que seja para além disso, no sentido de melhorar aquilo que é a circulação de pessoas, a circulação de mercadorias, o aprofundamento das relações entre os dois países, Portugal e Angola, tem muita margem de progressão e deve ser feito", sublinhou Luís Campos Ferreira.

Ainda na semana de 09 a 15 de outubro, o SME expulsou de Angola 1.479 estrangeiros por via administrativa e 16 por via judicial, registo que continua acima dos cerca de mil casos semanais que se verificavam por norma até agosto passado.

Além disso, indicam ainda os números oficiais do SME, estão contabilizados atualmente, através dos Centros de Detenção de Estrangeiros Ilegais, 552 cidadãos em situação irregular, que "aguardam a formalização das respetivas expulsões", maioritariamente da República Democrática do Congo.

O SME recebeu também, na última semana, 3.022 pedidos para emissão de diversos tipos de visto, tendo sido autorizados 629.

Segundo este balanço do SME, no mesmo período, por infrações migratórias, foram sancionados com multas 80 cidadãos e 32 empresas.

Entraram em Angola, na segunda semana de outubro, 15.271 estrangeiros e saíram 12.596, num fluxo migratório que se reporta aos postos de fronteiras terrestres, fluviais, aéreos e marítimas.

LUSA

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Last modified on Sexta, 17 Outubro 2014 22:15