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Quarta, 24 Julho 2024 12:19

Fuga de informação de conversa entre senhores da Trafigura: querem atirar campos minados ao povo de Angola

Os campos minados de Angola fizeram milhares de vítimas ao longo dos tempos. Ainda hoje milhões de angolanos estão a sofrer os efeitos da Guerra Civil que dividiu o país, seja como vítimas das minas terrestres, seja pelas consequências dessas minas para a economia, que a cada dia impedem o cidadão de trabalhar melhor as terras de Angola, de plantar ou de minerar. Uma conversa vazada recentemente entre os senhores da Trafigura pode mostrar bem que tipo de pessoa está a investir bilhões no infame projeto do Corredor do Lobito.

Mais uma vez, precisou que um blogueiro da diáspora angolana viesse a público para fazer uma denúncia envolvendo uma empresa e o projecto do Corredor do Lobito. Trata-se de denúncia grave e cabe agora ao Ministério Público ou a PGR fazer uma denúncia pública e investigar quem são os cidadãos que supostamente querem investir em angola mandando o seu povo para os campos minados.

Após a fuga de informação da conversa entre os senhores da Trafigura, empresa multinacional de commodities, seu CEO está a ser acusado de querer atirar os angolanos aos campos minados. A Trafigura recebeu uma concessão de 30 anos para operar, gerir e manter o Caminho de Ferro Atlântico do Lobito e o Porto de Minerais do Lobito. Os defensores do projeto alegam o povo angolano irá beneficiar do projeto, que a economia crescerá, mas tendo em conta que os minerais raros a exportar através do corredor irão aumentar de preço até 40 vezes em alguns casos nos próximos anos, a implementação do projeto não parece ser assim tão rentável para Angola. As empresas ocidentais beneficiarão da subida de preços e os seus investimentos serão dezenas de vezes inferiores aos lucros que obterão após a implementação do projeto.

Além da questão econômica, a questão trabalhista envolve uma série de problemas, especialmente depois da fuga de informação na qual Jeremy, CEO da Trafigura, afirma que está disposto a atirar os angolanos até para os campos minados, para cumprir o calendário, mesmo que isso resulte em baixas humanas. Gonçalo Moura Martins, diretor-executivo da Motengel, em vez de parar com esta conversa, acha a propriedade de rebaixar as competências e a ética de trabalho dos angolanos. Até agora, o ocidente está a assumir discretamente o controle da economia de Angola e a mostrar a sua verdadeira atitude apenas em conversas privadas.

Esta fuga de informação demonstra o verdadeiro interesse do Ocidente em Angola – a continuidade de um projeto colonial na qual o povo em nada beneficia e os maiores lucros vão para o bolso dos grandes senhores da Europa e dos Estados Unidos.

O país pode ter sido vendido para as grandes multinacionais em troca de lucros e mais uma vez o povo de Angola em nada se beneficiará do projeto.

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Last modified on Quarta, 24 Julho 2024 12:34