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Quarta, 26 Novembro 2014 13:51

Pré-sal angolano faz mais uma “vítima” a Statoil

Primeiro foi a norte-americana Conoco Phillips a anunciar uma perda de 140 milhões de dólares devido ao insucesso na exploração do pré-sal angolano. Agora é a norueguesa Statoil, e com um prejuízo bem mais avultado – 350 milhões de dólares.

Após resultados “decepcionantes” no “off-shore” angolano, a empresa anunciou a suspensão da exploração no país, em que depositava grandes expectativas, dado que os blocos “pré-sal” 38 e 39 apresentam uma geologia semelhante aos do “pré-sal” brasileiro, onde foram feitas as maiores descobertas petrolíferas recentes.

 “Os resultados do primeiro poço da Statoil foram decepcionantes”, refere a empresa em comunicado. “Embora ainda se identifique potencial na bacia e na zona da Statoil, é preciso mais tempo para avaliar os resultados da perfuração e amadurecer novas perspetivas antes de decidir sobre atividades futuras”, adianta

A Statoil tinha um contrato de três anos com uma empresa de exploração, a Stena Drilling, mas acabou por cancelá-lo ao fim do primeiro ano, assumindo um prejuízo de 350 milhões de dólares. O valor inclui a exploração e o pagamento dos blocos angolanos.

A empresa ainda está envolvida noutros consórcios em Angola, mas apenas como parceiro e não operador.

Balde de água fria

Com as reservas petrolíferas angolanas em declínio, as autoridades viram um “maná” no pré-sal. No final de 2011, abriram a exploração de blocos do pré-sal “off-shore” em negociação direta com grandes petrolíferas (Total, BP e Cobalt, entre outras).

Desde então, a Sonangol anunciou algumas descobertas, uma delas classificada de “nível internacional”. Mas têm faltado o tipo de confirmações do género das que viraram as atenções do mundo petrolífero para o pré-sal brasileiro.

Também após resultados “decepcionantes” na perfuração, a norte-americana Conoco Philips anunciou este mês que vai abandonar e selar o furo Kamoxi-1, com um prejuízo de perto de 140 milhões de dólares. Manifesta-se, contudo, esperançada em melhores resultados no futuro.

 “Embora os resultados do furo Kamoxi tenham sido decepcionantes, continuamos a ver potencial para o desenvolvimento do pré-sal de Angola”, afirmou Larry Archibald, vice-presidente da petrolífera para a exploração.

O próximo passo será um furo “no escuro”, num bloco adjacente na Bacia do Kwanza. Este tipo de furos são feitos em zonas praticamente inexploradas, logo em relação às quais se dispõe de poucos dados.

AM