De acordo com a fonte, um responsável da Presidência da República contactou a direção da Televisão a quem informou que deveria retomar as atividades “normalmente” e ainda explicou não existir “nenhuma ordem” daquela instituição no sentido de parar as emissões.
Na segunda-feira, fonte da TGB adiantou à Lusa que “militares fortemente armados” entraram na estação e ordenaram a suspensão das emissões e ainda a saída dos funcionários.
A situação relatada ocorreu depois do anúncio do Presidente da República de dissolução da Assembleia Nacional Popular, feito pelo próprio Umaro Sissoco Embaló e oficializado em decreto presidencial.
A mesma fonte relatou que os militares chegaram às instalações da TGB em carrinhas de caixa aberta e estavam "fortemente armados e encapuzados”.
A fonte especificou que “perguntaram pelo diretor-geral, a quem pediram as chaves do gabinete e dos carros” e que mandaram o responsável “sair da televisão”.
As instalações da TGB estavam ocupadas por militares desde segunda-feira, por volta das 14:00 de Bissau (mesma hora de Lisboa), mas hoje desocuparam o local e o diretor-geral regressou à estação.
A Guiné-Bissau vive momentos de tensão política, tendo o Presidente do país decidido dissolver o parlamento.
A tensão política começou quando o Ministério Público ordenou a detenção de dois membros do Governo suspeitos de terem pagado indevidamente uma dívida do Estado a 11 empresários.
Os dois membros do Governo encontravam-se detidos preventivamente na Polícia Judiciária (PJ) quando foram daí retirados pela Guarda Nacional que os levou para o seu quartel, atacado horas depois pelas Forças Armadas.
Dois militares perderam a vida nos confrontos, o comandante da Guarda Nacional foi detido e os dois membros do Governo foram levados de novo para as celas da PJ.