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Quinta, 25 Junho 2020 12:36

Cofres em Banco no Porto escondiam milhões de Isabel dos Santos

Parte dos 280 milhões arrestados pelas autoridades portuguesas na semana passada estavam em cofres do Novo Banco, na rua de Costa Cabral, no centro do Porto.

Foi esse aliás um dos locais que foram visitados pelas autoridades, nas inúmeras buscas que foram efetuadas com a presença de vários magistrados. Foram apreendidos dinheiro, títulos e documentos relevantes.

O CM sabe que o objetivo era apreender todos os documentos referentes às empresas que estão sob investigação em Angola e ainda dados pessoais, agendas, documentos contabilísticos, transferências bancárias e equipamentos informáticos. Foram ainda pedidos números de conta e outros dados bancários para se proceder aos arrestos.

A administração do condomínio da Quinta do Lago foi também alvo de buscas, tal como a moradia de Isabel dos Santos naquele local. A casa está inscrita como sede da Burgate, uma empresa sediada em Malta.

Outros dos locais que foram passados a pente fino pelas autoridades foram os escritórios de Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, que ficam sediados na rotunda do Relógio. Tal como as casas e escritórios de Jorge Brito Pereira, antigo advogado da empresária. O espaço da sociedade de advogados Uría Menéndez Proença de Carvalho, onde Brito Pereira trabalhava quando o caso Luanda Leaks foi revelado, também foi visitado e aí foram apreendidos documentos.

Outro dos alvos da PJ e do MP foi Paula Oliveira, testa de ferro de Isabel dos Santos, ex-acionista da Matter.

Advogado tinha papel de destaque no esquema denunciado no Luanda Leaks

A Matter está ligada a quatro pessoas de confiança de Isabel do Santos, uma das quais o advogado Brito Pereira. Esta empresa recebeu transferências de mais de 100 milhões de euros da Sonangol para o Dubai. Já a Burgate, também visada, é uma das 13 empresas que a empresária angolana tem sediadas em Malta. Foi também por esta empresa que se iniciou a investigação.

Empresas em Lisboa geriam fortuna

A Santoro e a Fidequity, empresas com sede na avenida da Liberdade, em Lisboa, ambas de Isabel dos Santos, foram alvo de buscas, tendo sido notificado como representante legal das sociedades o presidente do Conselho de Administração, Mário Silva.

Autoriza transferência milionária da Sonangol

Sarju Raikundalia, ex-administrador da Sonangol, é um dos portugueses envolvidos no escândalo denunciado pelo Luanda Leaks. A sua casa em Barcarena foi alvo de buscas, quando o ex-homem-forte de Isabel dos Santos não se encontrava no nosso país.

Sarju Raikundalia, de 42 anos, é suspeito de ter ordenado uma transferência - com a concordância da filha do ex-presidente de Angola - de cerca de 38,1 milhões de dólares para a Matter Business de Paula Oliveira e Jorge Brito Pereira. Isabel dos Santos era a beneficiária final desta transferência.

Na sua página de perfil na Sonangol, podia ler-se que até ser nomeado administrador da petrolífera, a 3 de junho de 2016, era o sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC) em Angola e era responsável pela área de auditoria para o setor de petróleo e gás naquele país.

Advogada visitada por Polícia Judiciária

A advogada Raquel Lourenço, com escritório no número 190 da avenida da Liberdade, foi outro dos alvos, tal como Nuno Frutuoso, que pertence à família de Isabel dos Santos.

Porsche Panamera foi revistado pela PJ

Outros dos locais onde foram apreendidos documentos foi no interior do Porsche Panamera de Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos.

PORMENORES
Porsche Boxster

Mário Leite Silva é presidente do Conselho de Administração da Fidequity e ainda diretor da Grisogono. Tem um Porsche Boxster que foi igualmente alvo de buscas.

Operação no Porto

Vasco Pires Rites que, entre 2010 e 2019, esteve diretamente envolvido em todos os grandes negócios do universo Isabel dos Santos, liderando mesmo vários deles, foi também alvo de buscas na casa e escritório em Ramalde, no Porto. CM

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