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Segunda, 22 Junho 2020 13:46

João Lourenço é criticado por activistas que alegam que o país continua refém do MPLA

Dois integrantes do grupo ativista, conhecido como 15+2, os angolanos Hitler Tschikonde e Nuno Dala, recordaram neste sábado (20), o dia em que foram postos em cadeia, isto há cinco anos, e mantêm a opinião que Angola continua “refém do MPLA”, por não presenciarem mudanças no país até então.

Há cinco anos, os dezassete activistas angolanos foram acusados de prepararem um golpe de Estado, contra o Governo do MPLA de José Eduardo dos Santos, foram julgados no tribunal Provincial de Luanda. Dois dos activistas, a busca de respostas questionaram: “Transcorridos 5 anos, temos de questionar: o que mudou em Angola? Ou seja, as razões que nortearam os 15+2 continuam atuais ou foram dissolvidas?”, disseram segundo o órgão de comunicação Lusa.

Cinco anos depois, Hitler Tschikonde e Nuno Alvaro Dala buscam entender, o que mudou neste período em termos de enquadramento político, economia e condições de vida, direitos liberdades e garantias, liberdade de imprensa, administração da justiça e serviços de segurança do Estado, concluindo que a situação se mantém idêntica em vários aspectos no governo de João Lourenço, que sucedeu a José Eduardo dos Santos em 2017. Com o MPLA quase há 45 anos no poder, aponta no declínio do país.

Os activistas estão de olho em tudo, e não deixam passar detalhe algum: “Recentemente, o Tribunal Constitucional, por exemplo, inviabilizou o projecto político-partidário PRA-JA por manifestar orientação política. Por outro lado, as acções levadas à cabo pela Procuradoria-Geral da República e pelos tribunais, traduzidas na prisão, julgamento e condenação de uns poucos criminosos, não passam essencialmente de operações que se enquadram na estratégia de regeneração útil do MPLA, para garantir a sua sobrevivência”, lamentam os activistas pelas mortes causadas pelos policiais, que excedem as mortes pela pandemia no país, refere a carta.

A subida do novo presidente do estado angolano, não passou de uma farsa, segundo activistas, isto no passado 26 de Setembro de 2017, sendo que o MPLA continua no poder: “O combate contra a corrupção e o repatriamento de capitais são farsas. Uma mentira política com vista a ludibriar a opinião pública nacional e internacional”, acrescentam os dois activistas sociais. “Transcorridos cerca de 3 anos [desde a chegada de João Lourenço ao poder], ficou evidente que ‘corrigir o que está mal e melhorar o que está bem’ [o lema da campanha do Presidente angolano] não passa de um processo em que o objectivo cardeal não é a viabilização do País, mas, sim, a manutenção do MPLA no poder”.

“De Junho de 2015 à Junho de 2020, passados 5 anos, o MPLA continua no poder, Angola continua refém do MPLA, a crise económico-financeira continua e segue pior, os angolanos continuam a viver em condições de vida apocalípticas, os direitos, liberdades e garantias continuam a ser violados, enfim, a tragédia é total”, disseram dois dos integrantes do movimento 15+2. Para eles o MPLA é o problema no país, não importa quantos presidentes subam ao poder, desde que se mantém o MPLA, Angola nunca experimentará a mudança.

“É chegada a hora de tomarmos consciência e pormos fim à ditadura do MPLA que já dura 45 anos”, reforçou a carta. No dia 20 de Junho de 2015, foram detidos 13 dos activistas no Instituto Luandense de Línguas e Informática (ILULA), sendo que os outros cinco, foram encontrados nos outros dias, em diferentes pontos do país. Em Março de 2016, no dia 28 foi condenado o grupo 15+2, a uma pena de dois anos e três meses, pelos supostos crimes de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, mas foram postos em liberdade, com termo de identidade e residência pelo Tribunal Supremo em Luanda, no 29 de Junho do mesmo ano.

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