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Terça, 28 Mai 2019 13:20

Samakuva acusa Governo de "falta de diálogo" sobre exéquias fúnebres de Savimbi

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, condenou hoje o impasse criado pelo Governo angolano, acusando o executivo de "falta de diálogo" sobre as questões ligadas às exéquias fúnebres do líder histórico do partido, Jonas Savimbi.

Os restos mortais do líder histórico da União Nacional para a Independência Total de Angola saíram do cemitério do Luena, na província do Moxico, quando era suposto terem chegado ao Cuíto hoje de manhã, onde se encontra a família de Jonas Savimbi e a direção da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Numa conferência de imprensa no Cuíto, Samakuva indicou que estava tudo preparado para receber os restos mortais na capital do Bié e que face à falta de diálogo há "algo que se está a passar, que o partido não entende".

Segundo Samakuva, os restos mortais de Savimbi foram entregues na segunda-feira no Luena sem que a UNITA ou a família estivesse presente, pois não havia ninguém mandatado pelo partido ou pela família para o efeito.

"É preciso diálogo entre a comissão tripartida, entre o Governo, a UNITA e a família e desde dia 20 que, apesar dos nossos esforços, ninguém do Governo ligado direta ou indiretamente à comissão nos respondeu; apenas ontem [segunda-feira] soubemos que os restos mortais foram para o Luena", disse Samakuva, indicando que a urna estava numa pequena capela no cemitério local.

"O resultado é este; nem a família nem a UNITA vão andar para trás e para a frente à procura dos restos mortais", frisou o líder do partido, lembrando que deve haver respeito pela memória de Jonas Savimbi e pelos convidados do partido para a cerimónia que o 'Galo Negro' pretende realizar apenas no sábado.

O Governo pretende realizar o funeral no dia 29, quarta-feira, o que não faz sentido, segundo o líder da UNITA.

Do lado governamental, ninguém se encontra no Cuíto para esclarecer a situação, tendo Samakuva indicado que os restos mortais terão saído já do cemitério no Luena para um destino que disse desconhecer.

Ainda segundo Samakuva, há indicações que o ministro do Estado e chefe da casa civil do presidente da República, Pedro Sebastião, estará no Andulo "a tentar convencer eventualmente alguns familiares para entregar o corpo", evitando a multidão que se encontra concentrada dentro e fora do aeroporto no Cuito.

Cerca de 1.500 pessoas, todas elas afetas à UNITA, aguardam por alguma novidade sobre o desfecho e o destino do corpo de Jonas Savimbi, circundando o aeroporto desde as 07:00 locais.

Questionado pela Lusa sobre o que fará no caso de o corpo não ser entregue no Cuíto, Samakuva disse que continua a aguardar por informações que permitam esclarecer a situação, assegurando ainda que caso o corpo não chegue, os simpatizantes e apoiantes do partido saberão manter a serenidade.

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