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Segunda, 20 Mai 2019 18:23

Preparativos das exéquias fúnebres de Jonas Savimbi vão agora avançar - filho

As exéquias fúnebres do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi, que estavam dependentes da análise aos testes de ADN, vão avançar agora para a cerimónia de inumação, disse hoje o filho do antigo presidente do "Galo Negro".

Em declarações aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa, em que o Governo angolano anunciou que os testes de ADN feitos por três entidades independentes confirmaram os restos mortais de Savimbi, exumados a 31 de janeiro deste ano, Rafael Massanga Savimbi, deputado da UNITA, não adiantou, porém, a data, remetendo para o que vai dizer hoje o presidente do partido, Isaías Samakuva.

Rafael Massanga Savimbi, questionado sobre como vê todo um processo que contou com o apoio do Governo do Presidente angolano, João Lourenço, sublinhou que o que está em causa é a reconciliação nacional.

"A família cooperou. Primeiro, a família solicitou [a João Lourenço]. Felizmente houve esta abertura. Os pequenos altos e baixos nunca estiveram ausentes. Mas devemos dizer que chegamos a este ponto de não recuo, e precisamos agora de avançar", sublinhou Rafael Savimbi.

"Nas minhas intervenções, sempre disse que esta é uma questão de reconciliação, um gesto importante para a reconciliação. É uma questão familiar, mas é uma questão também política, com a reconciliação nacional, para que o país avance", acrescentou.

Garantindo que as dúvidas estão todas esclarecidas - "pelos resultados que nós temos, não há dúvidas" -, o filho de Jonas Savimbi garantiu que todo o processo das cerimónias fúnebres do pai está em curso, lembrando que o pedido do ADN de Jonas Savimbi foi feito pelas dúvidas que sempre existiram quanto ao seu verdadeiro paradeiro.

"Seja como familiar, seja como cidadão angolano, todos sabemos que houve muitas histórias ligadas ao destino que tinha sido dado ao Dr. Savimbi. Foi solicitado por nós para podermos estar tranquilos e podermos tranquilizar todos os cidadãos que se interessam por Jonas Savimbi", sublinhou Rafael Savimbi.

O Governo angolano anunciou hoje que os testes de ADN feitos por entidades independentes aos restos mortais de Jonas Savimbi, exumados a 31 de janeiro, confirmaram tratar-se do líder histórico da UNITA, morto em combate em 2002.

A confirmação foi feita hoje pelo ministro de Estado angolano Pedro Sebastião, numa conferência de imprensa na presença de familiares de Jonas Savimbi, de representantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e das três instituições que procederam aos testes, incluindo uma de Portugal.

Segundo Pedro Sebastião, o executivo angolano vai entregar os restos mortais de Jonas Savimbi a 28 deste mês no Bié, assumindo toda a logística para que possam ser realizadas as exéquias fúnebres no dia seguinte, em Lopitanga.

Segundo disse à agência Lusa Francisco Corte Real, do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses de Portugal, os resultados dos testes de ADN têm uma correspondência de 97,99%.

Pedro Sebastião coordena a Comissão Multissetorial para o Processo de Exumação, Transladação e Inumação dos Restos Mortais do Dr. Jonas Savimbi, criada a 15 de agosto de 2018, num despacho presidencial, em que o chefe de Estado angolano, João Lourenço, determinou que era integrada por membros do Governo, representantes da família de Savimbi e da UNITA.

A cerimónia das exéquias fúnebres de Jonas Savimbi foi marcada inicialmente para 06 de abril, mas, devido a atrasos nos resultados das análises de ADN, foram adiadas até se registarem novos desenvolvimentos.

A cerimónia de exumação e recolha de amostras dos restos mortais do líder fundador da UNITA realizou-se a 31 de janeiro, no Luena, província do Moxico, onde estava sepultado desde a sua morte, à guarda das autoridades angolanas.

No início desse mês, o Governo de Luanda garantiu estarem criadas as condições para a exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi, mas avisou que o funeral não terá honras de Estado, uma vez que o antigo presidente da UNITA "não pertencia à família governamental quando faleceu".

O posicionamento do Governo, segundo Rafael Massanga Savimbi disse à Lusa na altura, não preocupa "a família e muito menos a direção do partido", porque, observou, o pai "não é reconhecido por decretos".

"Para figuras marcantes como ele, o mais importante é o reconhecimento do povo em geral, sobretudo pela sua contribuição", realçou.

As cerimónias fúnebres de Jonas Savimbi, 17 anos após a sua morte, estão previstas para Lopitanga, província angolana do Bié, onde o resto da família está sepultada.

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