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Quinta, 02 Abril 2020 18:37

Covid-19: UNITA “indignada” com pedido de ajuda financeira do Governo aos cidadãos

O grupo parlamentar da UNITA manifestou hoje “indignação” com os pedidos de ajuda financeira do Governo angolano aos cidadãos, salientando que devia ser o executivo a ajudar a população a superar as suas necessidades.

“Devia ser o contrário, o Governo é que deve ajudar os cidadãos a superar as ingentes necessidades em abastecimento regular de água potável, energia elétrica e em abastecimento de um pacote mínimo de alimentos básicos, às famílias mais carenciadas dos meios suburbanos e rurais”, salientou, em comunicado, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

O Governo enviou, através de uma mensagem por SMS, um apelo aos cidadãos para apoiar a luta contra o novo coronavírus, pedindo contributos em kwanzas para uma conta do Tesouro Nacional, merecendo a reprovação da UNITA que “tem acompanhado com preocupação” a situação do país, em estado de emergência desde sexta-feira para evitar a propagação da epidemia.

O partido do “Galo Negro”, contestou o método do Governo “querer assumir sozinho a organização, mobilização e pior ainda, arrecadar os apoios monetários e em bens”, como se se tratasse do Estado e não existissem “outros entes públicos” mais bem vocacionados para “fazer o exercício da solidariedade e apoio humanitário”.

No comunicado, o grupo parlamentar da UNITA recordou que noutras calamidades, como a da seca no sul do país, vários parceiros sociais do executivo incluindo partidos políticos e igrejas, bem como empresas e cidadãos, se envolveram em iniciativas separadas num “esforço patriótico conjunto”.

Apelou, por isso, para que o Governo não inviabilize o surgimento destas iniciativas para “angariarem apoios monetários e outros, a entregar depois a uma entidade a identificar, que não o Tesouro Nacional, para evitar confusões”.

O grupo parlamentar da UNITA defendeu que a entidade que vier a ser designada para fazer a gestão do programa assistencial da crise da covid-19 “o faça com a maior transparência” e apresente no final um relatório de prestação de contas.

O principal partido da oposição angolana recomendou ainda que o Governo mobilize meios de transporte para retirar das unidades de produção agrícolas de algumas províncias (Malange, Uíge, Huambo e Bié) produtos agrícolas que correm o risco de se deteriorar e “já começam a escassear no maior centro de consumo do país, Luanda”.

Por último, exortou a população “a acatar com rigor e disciplina as medidas de proteção” contra o novo coronavírus, “que têm sido transmitidas pelas autoridades sanitárias”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 180.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O número de mortes em África subiu para mais de 240 num universo de mais de 6.400 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.

 

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