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Quarta, 16 Setembro 2020 17:34

Analistas defendem prisão domiciliar contra São Vicente para não perturbar o processo

O jurista Fernando e o economista, Carlos Rosado, convidados pelo Jornal da Zimbo, para analisar o processo dos 900 milhões de dólares, de que foi constituído arguido o empresário São Vicente, foram de comum acordo que o empresário deveria estar sob prisão preventiva, enquanto decorrem as investigações.

De acordo com os analistas, as medidas aplicadas ao empresário responsável pelo grupo AAA, chega a ser muito arriscada uma vez que o referido processo tem previsões, principalmente,  de arrolar altos funcionários públicos, da estatal Sonangol EP, sendo que estas medidas, até certo ponto, podem dar-lhe a possibilidade de contactar outras individualidades, e, com isto perturbar o processo.

O empresário angolano Carlos São Vicente começou a ser ouvido nesta terça-feira, 15, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, depois de ter sido constituído arguido na passada quarta-feira, por suspeita dos crimes de peculato e branqueamento de capitais entre outros, cuja sessão foi suspensa, devendo ser retomada na quinta-feira.

Em causa está o congelamento de uma conta bancária de São Vicente na Suíça, com cerca de 900 milhões de dólares, o equivalente a 752 milhões de euros, por suspeitas de lavagem de dinheiro, segundo divulgou um blogue suíço que acompanha questões judiciais naquele país, citando um despacho do Ministério Público da Suíça.

Segundo noticiou a rádio pública angolana, RNA, o empresário chegou à Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), órgão da Procuradoria-Geral da República de Angola, antes das 10 horas e foi ouvido durante cerca de três horas, faz-se acompanhar de dois advogados, de acordo ainda com a mesma rádio.

As autoridades judiciais angolanas, ordenaram já a apreensão de vários edifícios do grupo AAA, pertencente ao empresário Carlos São Vicente, que está a ser investigado na Suíça por peculato e branqueamento de capitais.

Segundo um comunicado do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República, emitido na semana passada, foram apreendidos os edifícios AAA, os hotéis IU e IKA, localizados em todo o território nacional e o edifício IRCA, localizado na Rua Amílcar Cabral, em Luanda.

A PGR justificou a apreensão com indícios da prática de crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influência e branqueamento de capitais, crimes pelos quais foi constituído arguido.

Depois dos edifícios, o Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da PGR anunciou a apreensão da participação social minoritária de 49% da AAA Activos no Standard Bank Angola, onde o empresário é administrador não-executivo, tendo o mesmo solicitado suspensão das funções enquanto durar o processo.

Na sexta-feira passada, a diretora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR, Eduarda Rodrigues Neto, abordou com as autoridades judiciais suíças, entre outros assuntos relativos à luta de Angola contra a corrupção, o processo que envolve Carlos São Vicente.

O grupo AAA, liderado por Carlos São Vicente, casado com uma das filhas do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, é um dos maiores grupos empresariais angolanos, operando na área dos seguros e da hotelaria. AO24

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