"A saída da UNITA das Forças Armadas Angolanas fez ontem subir ao rubro o ambiente em Luanda. Jonas Savimbi e os seus generais reagiram mal aos resultados eleitorais, que até agora apontam para uma vitória de José Eduardo dos Santos e do MPLA. A UNITA continua a afirmar que houve fraude", escrevia Ferreira Fernandes na primeira página do DN de 7 de outubro de 1992.
Enviado especial a Angola para acompanhar as eleições, o agora diretor do DN relata as reuniões e declarações que se sucederam em Luanda, onde os observadores estrangeiros "acompanharam de perto as negociações para a paz".
A 29 e 30 de setembro de 1992 os angolanos foram a votos para escolher o presidente, nas primeiras eleições multipartidárias e livres do país.
"A meio da tarde, o Conselho Nacional Eleitoral suspendeu a divulgação de resultados oficiais provisórios. Oficialmente, o CNE diz que està à espera dos resultados definitivos das 18 delegações provinciais. Mas terá sido a decisão da UNITA de abandonar o exército único que obrigou todos os intervenientes no processo a usarem da máxima prudência", escreve Ferreira Fernandes no DN.