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Terça, 15 Setembro 2020 15:03

Empresário Carlos São Vicente constituído arguido e ouvido na PGR

O empresário angolano Carlos São Vicente começou hoje a ser ouvido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, depois de ter sido constituído arguido na passada quarta-feira, por suspeita dos crimes de peculato e branqueamento de capitais entre outros.

A informação foi confirmada à Lusa por fonte da PGR, que acrescentou que a sessão já foi suspensa, devendo ser retomada na quinta-feira.

Em causa está o congelamento de uma conta bancária de Carlos São Vicente na Suíça, com cerca de 900 milhões de dólares, o equivalente a 752 milhões de euros, por suspeitas de lavagem de dinheiro, segundo divulgou um blogue suíço que acompanha questões judiciais naquele país, citando um despacho do Ministério Público da Suíça.

Segundo noticiou a rádio pública angolana, RNA, o empresário chegou à Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), órgão da Procuradoria-Geral da República de Angola, antes das 10:00 e começou a ser ouvido 10 minutos depois.

Carlos São Vicente, que foi ouvido durante cerca de três horas, faz-se acompanhar de dois advogados, de acordo ainda com a mesma rádio.

As autoridades judiciais angolanas ordenaram já a apreensão de vários edifícios do grupo AAA, pertencente ao empresário Carlos São Vicente, que está a ser investigado na Suíça por peculato e branqueamento de capitais.

Segundo um comunicado do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da Procuradoria-Geral da República emitido na semana passada, foram apreendidos os edifícios AAA, os hotéis IU e IKA, localizados em todo o território nacional e o edifício IRCA, localizado na Rua Amílcar Cabral, em Luanda.

A PGR justificou a apreensão com indícios da prática de crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influência e branqueamento de capitais, crimes pelos quais foi constituído arguido.

Depois dos edifícios, o Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da PGR anunciou a apreensão da participação social minoritária de 49% da AAA Activos no Standard Bank Angola, onde o empresário é administrador não-executivo, tendo o mesmo solicitado suspensão das funções enquanto durar o processo.

Na sexta-feira passada, a diretora do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos da PGR, Eduarda Rodrigues Neto, abordou com as autoridades judiciais suíças, entre outros assuntos relativos à luta de Angola contra a corrupção, o processo que envolve Carlos São Vicente.

Na ocasião, Eduarda Rodrigues terá feito entregou uma carta rogatória às autoridades judiciais da Suíça.

Os técnicos da PGR quiseram também inteirar-se de outros casos que envolvam figuras públicas angolanas, no âmbito do processo de recuperação de ativos obtidos ilicitamente.

O AAA, liderado por Carlos São Vicente, casado com uma das filhas do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, é um dos maiores grupos empresariais angolanos, operando na área dos seguros e da hotelaria.

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