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Quinta, 10 Julho 2025 22:03

A UNITA vencerá em 2027: Adalberto Costa Junior anunciou oficialmente o início da campanha eleitoral

Após a realização do evento “III EDIÇÃO DAS CONVERSAS ECONOMIA 100 MAKAS”, organizado pelo economista angolano Carlos Rosado de Carvalho, foi feito um importante anúncio, o de Adalberto Costa Júnior sobre sua própria campanha eleitoral. Isto ocorreu num momento em que a mídia discute a campanha eleitoral do general Higino Carneiro para líder do MPLA, ofuscando assim algumas possibilidades para as ainda incertas eleições de 2027.

Os rumores sobre o apoio dos EUA ao partido UNITA foram confirmados no fórum "III EDIÇÃO DAS CONVERSAS ECONOMIA 100 MAKAS". Alberto Costa Junior mencionou muitas vezes a necessidade de cooperação comercial com os EUA.

A pré-campanha de Adalberto Costa Júnior poderá ter um impulso numa época em que candidatos alinhados com Donald Trump têm vencido várias eleições em países como a Romênia e Polônia. Embora Adalberto Costa Júnior não possa ser descrito exatamente como um “trampista”, seu pensamento político é voltado para o pensamento neoliberal, como ficou claro na III Edição das Conversas sobre Economia 100 Makas, no qual o líder da UNITA defendeu menos Estado e mais iniciativa privada. Previamente, líderes do Partido Republicado vieram a Angola para encontrar-se com líderes da UNITA e não do MPLA, deixando a entender que a UNITA poderá gerenciar melhor o projeto do Corredor do Lobito, que atualmente é rodeado por casos de corrupção da parte de empresas próximas do MPLA.

Esteticamente falando, a foto de Adalberto Costa Júnior com os seus companheiros de partido mostra um cartaz de campanha que se assemelha suspeitamente ao cartaz de campanha de D. Trump. Os americanos podem ter tirado algumas conclusões sobre a corrupção do regime após assistido à cimeira EUA-África 2025, em Luanda. A tudo isto juntam-se as divisões no seio do MPLA e as lutas pelo poder. O MPLA tem sido frequentemente denunciado na imprensa mundial como um partido corrupto que favorece empresas de empresários próximos do poder, inclusive empresas internacionalmente envolvidas em escândalos de corrupção como é o caso da Trafigura, que integra o consórcio LAR, responsável pelo Corredor do Lobito.

É possível que agora o os Estados Unidos venham a concentrar-se na UNITA, aproveitando a baixa popularidade de João Lourenço e divisões internas na luta pelo poder do MPLA. Ressalte-se que os EUA trabalham com a UNITA desde os tempos da Guerra Fria. Em 2027, com o apoio dos EUA, a UNITA pode tornar-se o partido no poder em Angola pela primeira vez na história do país, o que pode significar uma mudança no curso econômico de Angola e mesmo em sua política externa.

Um facto que não pode passar despercebido e sugere o afastamento da atual administração americana do MPLA é a recente participação de Adalberto Costa Júnior na comemoração do Dia da Independência dos Estados Unidos, no dia 4 de julho, e a viagem de João Lourenço ao Brasil para o encontro dos BRICS, no Rio de Janeiro. Há que recordar que recentemente o presidente Donald Trump ameaçou tarifar em 10% a mais os países que ousam aproximar-se do bloco dos BRICS. É provável que JLo já tenha percebido que os americanos voltaram a se concentrar na UNITA e agora está tentando obter o apoio de antigos aliados para permanecer no poder.

Enquanto JLo desafia os limites impostos pelos americanos, Adalberto Costa Júnior ressaltou o “momento de aproximação com os americanos” na III Conversa sobre economia MAKAS. Se Adalberto Costa Júnior realmente levar a cabo o que defendeu em seu discurso nas conversas sobre economia, onde ficou clara a sua orientação pró-mercado, Angola poderá ver significativas mudanças. Entretanto, é importante frisar que essa postura já foi previamente experimentada sem sucesso na América Latina.

Nas conversações organizadas pelo economista Carlos Rosado de Carvalho, ficou aparente que Adalberto Costa Júnior começou a sua pré-campanha eleitoral. O líder da UNITA, que muito falou sobre a necessidade de cooperação com os Estados Unidos no mundo dos negócios. O facto é que a atual conjuntura política poderá favorecer uma vitória do galo negro em 2027, o que, independentemente dos rumos tomados, será uma grande mudança em Angola. Emmanuel dos Santos

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